Estava lendo a coluna da Maria Ribeiro na TPM desde mês, onde ela fala sobre a sua infância e lá pelas tantas diz que tinha medo da bola nas aulas de educação física. Foi tão bom ler isso, tão bom saber que eu não fui a única a ter medo da bola.
Eu fui o pesadelo dos professoras de educação física que tive e essa disciplina, uma tortura para mim. Não sei porque cargas da água, essas aulas consistiam em: meninos jogando futebol e meninas jogando vôlei. Sim, eu não podia jogar futebol, para a minha tristeza. Mas vôlei também não jogava, por uma total falta de competência.
Era horrível, cada vez que via a bola vindo na minha direção, só pensava em sair correndo, nunca entendi o motivo das tais rotações e só acertei um único saque em toda a minha vida. Belo currículo, não? Foi na quinta série e lembro direitinho, porque saquei e ouvi gritos (coisa que meu colegas não faziam, porque já sabiam que eu iria errar) e depois a professora que eu não lembro o nome (às vezes, trauma gera o esquecimento), parou o jogo e nos deu uma aula sobre a importância de acreditar no impossível!
Claro que eu sempre matei muito as educações físicas, mas até chegar a esse ponto, muita história eu inventei. Eu estava sempre com cólica, sempre menstruada, sempre com dor de garganta, de dente... Só tive um professor que às vezes deixava a gente escolher o que quisesse jogar, o Chico, e aí eu jogava futebol.
Mas um dia ele chegou e disse: “hoje todo mundo joga volei.” Eu deveria ter uns 12 anos e não pensei duas vezes na hora de inventar alguma desculpa, fui até ele e disse que não poderia participar da aula porque estava com uma doeça raríssima, cancêr na próstata.
Pensei que tivesse acreditado, porque o “sor Chico” foi mais ator que eu e não riu, apenas me deixou ficar sentada os dois períodos. O tempo passou, veio as férias e graças a Deus, me livrei das aulas de educação física.
Um pouco antes de vim para Barcelona, encontrei o Chico, sua esposa e sua filha de três anos num supermecado, em São Leopoldo. Nos falamos e ele me disse bem sério que sua filha tinha uma doeça raríssima, que nunca poderia fazer educação física. Eu acreditei e lamentei, perguntei que doença era essa. “Câncer na próstata”, me disse. E mais de 10 anos depois, rimos muito dessa história.
2 comments:
Olha mas que honra, ser citado no blog dessa ilustríssima ex aluna. Dei muita risada lendo isso agora. Aproveita na Europa e quando tu voltar, a gente marca um joguinho... de futebol! Rsrsrsrs
Bjs, Chico.
Hahahahahaha, eu lembro das tuas desculpas históricas pra matar a educação física. Tu ñ tinha medo da bola, tu tinha pânico, hahahahahha
saudades. Paula Gross
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