Sunday, September 27, 2009

Orgulho de ter orgulho

Domingo passado foi 20 de setembro e eu desfilei, pela primeira vez, em comemoração a Revolução Farroupilha. Guerra que durou 10 anos e nos, gaúchos perdemos. Mas como somos um povo muito valoroso, aguerrido e bravo, todo ano, comemoramos. E viva o 20 de setembro.

Como todo gaúcho que se preza, viramos historiadores no mês de setembro. E foi em cima de um cavalo, durante o desfile que perguntei para o meu avô, que nunca estudou e mal sabe assinar o nome, mas entende muito de história, por que comemoramos uma guerra que perdemos. A reposta: “Porque perdemos de cabeça erguida. Lutamos durante 10 anos e nunca baixamos a cabeça, honramos nosso orgulho de gaúcho. E temos que honrar sempre.” Entendido.

Ontem, foi o churrasco de um ano de formatura. Na verdade um ano e um mês, não conseguimos reunir o povo antes. E que jornalistas são sempre muito ocupados. Bom, um terço da turma estava presente, os de fé, que foram em todas as festas e encontros pré-formatura.

Como ficou o churrasco eu não sei, mais o pão com alho estava perfeito, valeu Diego! Entre uma discussão e outra sobre a não obrigatoriedade do diploma e outras mazelas da nossa honrada profissão, tomamos cerca de 60 garrafas de cervejas. Cheguei em casa, às 15h de um sábado, bêbada.

Tirando isso, todos os que foram no grande evento estão trabalhando e ganhando uma mixaria, a grande maioria continuou estudando, fazendo especiliazação, mestrado ou até mesmo outra graduação. Um dos colegas presentes fez um curso em São Paulo, teve oportunidade de trabalhar numa revista da Abril, mas voltou pra cá, afinal como ele encheu a boca pra dizer: “eu sou gaúcho”.

Aí começou a discussão que levou mais tempo, sobre o nosso orgulho. Gaúcho é um povo orgulhoso e arrogante. Jornalistas são orgulhosos e arrogantes. Ficamos horas defendendo a nossa terra e a nossa profissão, chegamos a conclusão que ter nascido aqui é uma dádiva e que ser jornalista, uma benção. Sobre ser gaúcho e jornalista, só confirmamos nossas certezas, os melhores jornalistas do país saem daqui.

Quando o churrasco ficou frio, o pão acabou e já estávamos quase em coma alcoólico, fomos embora, sonhando com uma nova revolução que separe o nosso Estado do resto do Brasil. Nesse país os jornalistas serão obrigados a cursarem um curso superior, terão salários dignos e feriados. Fizemos quase toda uma Constituição para um novo país. Só esquecemos de marcar um novo encontro.

Thursday, September 17, 2009

Na noite passada eu ia chorar

A noite passada eu precisava chorar. Porque eu tava cansada. Porque me dá medo do que vem pela frente. Porque eu não gostei do jeito que você me tratou. Porque eu não sei bem o que tá acontecendo aqui dentro.

Eu precisava chorar. Tem tempo que eu não choro. E é bom, às vezes, colocar pra fora. Acordar o bicho que habita meu estômago e pelo visto, tá fazendo um retiro espiritual. Eu nunca mais chorei antes de pegar no sono.

Me programei para chorar assim que me deitasse na cama, no quarto escuro, com o rádio ligado num volume bem baixinho. Comecei a pensar na vida. Tá tudo tão bom, mas será que era assim que imaginei? Não sei. Não sei... O que planejo, vai rolar mesmo? Sei lá. Sei lá...

Eu tinha certeza que ia chorar na noite passada. Li e escrevi antes de me deitar, xeretei teu Orkut, fiz um passeio pelas lembranças e selecionei as que me fariam chorar. Mas eu tava tão cansada de tudo, que deitei e peguei no sono.

Saturday, September 12, 2009

Tempo, chuva, lembranças...

Estava dentro do trem hoje de tarde, pensando que tinha que escrever para o blog sobre a chuva. Aí passei pela Expointer e vi o parque de diversões sendo desmontado e lembrei que não escrevi o texto sobre domingo passado para o blog. Falta de tempo total. O tempo, tão bendito e tão maldito.

Domingo passado levei meu afilhado na Expointer, exclusivamente para ir ao parque de diversões. E foi de cabeça pra baixo no Kamikaze, quando a gente anda pela terceira vez e já consegue conversar enquanto o brinquedo dá as suas voltas que o Rockson, com toda a sabedoria dos seus 10 anos me olhou e falou: “Daqui uns anos é eu que vou trazer alguém no Kamikaze”.

Com certeza. Daqui uns anos ele não vai precisar da dinda pra nada. Daqui uns anos ele vai rir quando for num parque de diversões e ver um Kamikaze. Daqui uns anos, ele vai se dar conta da velocidade que o tempo passa por nós. E passa sem que percebemos, porque estamos ocupados.

Há uma semana eu queria escrever esse texto, que se fosse escrito domingo passado seria diferente, eu ainda estaria eufórica com o domingo no parque. Mas uma semana se passou, o trabalho continuou no seu ritmo frenético, a Assembleia Legislativa acatou o pedido de impeachment da governadora, surgiu mais trabalho nas aulas da pós, almocei com um amigo, tomei um porre, dormi fora de casa, marquei hora pra fazer uma tatuagem... E o texto mudou porque o tempo passou.

Sobre a chuva eu estava lembrando as coisas bacanas que fiz enquanto chovia loucamente lá fora. Foi debaixo de um dilúvio que eu fui sozinha num show da Tequila Baby, uns 10 anos atrás. Choveu forte antes de começar o show da Madonna. No meu primeiro dia de aula na Unisinos, cheguei encharcada. Caiu o mundo quando voltamos de Brusque nesse verão. E a primeira vez que eu andei no Kamikaze foi na Expointer, com a irmã mais velha do meu afilhado e estava chovendo.

Saturday, September 05, 2009

Não era bem assim...

Eu ando meio perdida. E não sei onde foi que me perdi. Meu coração parece em paz, embora eu chore quando escute Nando Reis. Porque tu também gosta de Nando Reis, mas não sei se gosta de mim.

E eu sinto uma saudade de conversar contigo, das tuas piadas inteligentes e das sem graça. Ah, esses homens que nos fazem rir. Eu adoro e me apaixono e me perco e me arrependo. Se bem que do jeito que eu sou, ia me arrepender de qualquer jeito. Se fosse assim ou não.

Eu sei o que quero, só não sei como agir. Eu sei que sou ciumenta, possessiva, neurótica e insegura, mas saber é o primeiro passo pra mudança. Você só precisa colaborar com o bom comportamento.

E pensar que você não o tipo que eu gosto, não é loiro, não tem olhos azuis. É baixinho, moreno, quase gordinho e meio infantil. Só que é inteligente, divertido, ambicioso, disciplinado, tem objetivo, gosta de ler, sabe cozinhar, era perfeito. Era.

Não era bem assim que eu pensei que fosse ser. Não era pra ter dado tanto papo. Não era pra estar gostando. Não era pra pensar tanto. Não era pra ficar tão ansiosa. Não era pra chorar ouvindo Nando Reis. Não era nem pra tá escrevendo pra você.