Monday, May 31, 2010

Rainbow

Eu vi um arco-íris hoje, estava vindo do serviço pra casa. A pé depois de 40 minutos no trem. Havia muitas nuvens escuras no céu e no meio delas, apareceram aquelas cores fraquinhas.

Fiz um pedido. De todas as coisas do mundo, arco-íris é o que eu considero mais inexplicável. Nunca ouvi uma explicação convincente do que seria um arco-íris. Talvez por falta de uma explicação mesmo ou por ignorância...

As cores ficaram mais fortes. Refiz meu pedido. Quase fui atropelada de tão concentrada que eu tava. Quantas pessoas viram o arco-íris? Quantas fizeram um pedido?

As cores foram sumindo. As nuvens ficaram mais escuras e começou a cair uma garoa fria e grossa. Eu corri. No rádio começou o tocar “Somewhere over the rainbow”. Acho que foi um sinal. Um bom sinal.


Somewhere over the rainbow
Israel Kamakawiwo'ole


Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dream of
Once in a lullaby

Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dream of
Dreams really do come true

Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top thats where you'll find me
Oh somewhere over the rainbow blue birds fly
And the dreams that you dare to, oh why, oh why can't I?

Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world

Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I... I love you

I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more than
We'll know
And I think to myself
What a wonderful world

Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top thats where you'll find me.
Somewhere over the rainbow way up high
and the dreams that you dare to, why, oh why can't I?

Saturday, May 29, 2010

Saudade

Saudade: lembrança, suave e triste ao mesmo tempo, de um bem do qual se está privado; pesar; mágoa que nos causa a ausência de uma pessoa querida; nostalgia.

Essa é a definição de saudade no dicionário. Eu acho que depois de tanta festa e farra, está iniciando um período nostálgico na minha vida. De análise do que fiz, do que falta fazer... De ocupar a cabeça pra tentar não sentir tanta saudade e de chorar de noite, antes de dormir.

Ele foi embora. Ele que apareceu na minha vida de uma maneira tão calma e serena. Ele que eu tinha certeza que seria uma válvula de escape e aos poucos foi se desvendando tão igual a mim. Tão perfeito pra mim. Sim, ele existe. E ele me fez até acreditar no que sempre considerei inacreditável: o homem perfeito também me acha perfeita.

Mas a vida é complicada e ele teve que ir. Tá, ele não foi para muito longe, está no mesmo estado, apenas quatro horas de ônibus. Mas chega a doer a saudade que eu já sinto e existem outros fatores, complicados demais, que dificultam muito a possibilidade da gente se ver e ficar junto, pelo menos por enquanto.

Eu não sei se esse é o pior tipo de saudade. Ou se é a de quem morre. A circunstância toda que consegui me meter, me faz lembrar muito da minha avó. Como eu precisava dela aqui, comigo, agora. Às vezes penso tanto nela, mas não sei se é saudade, estranho pensar que uma pessoa que conviveu só seis anos comigo, faz tanta falta. Fico imaginando como seria a vida se ela não tivesse morrido tão cedo, as coisas seriam tão diferentes.

Neste momento, a saudade dele dói mais. Mas não tem mágoa, nem tristeza. Tem uma ausência e um respeito pela história que ele tem que viver. Tem esperança também, que a situação vai melhorar, que a gente não vai sentir o tempo passar e logo vamos estar juntos.

E tem também aquele último consolo pra saudade, que Deus sabe o que faz.

Monday, May 24, 2010

Toque de caixa

A vida tá a mil. Muitos planos. Curtos e longos prazos. Um ou outro nó na garganta. Uma e outra paranóia, porque nem eu acredito que nem lembro mais o que é dor no estômago, aftas, choros contínuos...

Estou curtindo a vida adoidado e isso é bem melhor que ficar em casa olhando a sessão da tarde. É tanta coisa que não dá tempo, mas não quero perder nada. Vou vivendo e absorvo o que dá.

Amanhã: show do Nei Van Soria. Quinta: happy hour com a Gi e a Jú. Sexta: jantinha com a Aline e a Jaque. Sábado: Ocidente. Feriadão: praia com os amigos. Dia dos namorados: II Encontraço dos Solteiros. E tem a festa junina da Janja e a festa do Cachorro Louco em agosto.

E tem Montevidéu em julho. E apresentações de dança do ventre em junho, julho e outubro. E a Feira do Haren. E a entrega da monografia da pós. E a formatura da Fabi. E o casamento da Rô. O chá de panela da Jú. O mestrado da UFRGS. E o final de semana em Gramado. E mais o que vier, o inesperado. O combinado de última hora.

Tá tudo assim a toque de caixa. Diz um amigo meu que “a vida é dinâmica”, e eu concordo com ele. A Ana diz que não me conhece mais, de tão festeira que eu tô. A vida é feita de fases, como tudo que é dinâmico, e eu queria muito que a minha amiga querida estivesse mais perto de mim (geograficamente) nesta fase atual.

É tanta coisa me tirando o fôlego que nem vou ter tempo de sentir falta. Eu não quero sentir. E vou vivendo, o tempo vai passando e quando eu perceber ele vai ser uma gostosa lembrança, daquelas que fazem a gente sorrir. Sempre que eu ouvir aquela música linda do Teatro Mágico que diz “só enquanto eu respirar, vou lembrar de você”, vou pensar nele.

E lembrar que as coisas são como tem que ser. Talvez a minha vida esteja tão a toque de caixa, e tão boa, justamente para eu não sofrer. Sempre soube que seria assim, que ele iria embora um dia. Confesso que esse dia chegou cedo demais... Mas eu vou tá sempre tão cansada que vou deitar e não vou chorar, só vou sonhar.

Friday, May 21, 2010

Caiu como uma luva

Achei o texto abaixo na internet (salve internet), não sei de quem é. Mas curti muito, tanto que coloquei até no perfil do Orkut. “A felicidade como meta” não é um texto cheio de clichês ou receitas fúteis para a gente ser feliz.

Em vez de pregar o “abra seu coração”, o autor sugere que pratiquemos o desapego. E eu estou numa fase tão boa na minha vida, tão feliz, tão leve, tão desapega, que esse texto caiu como uma luva. Perfeito para eu perceber que sou feliz.

Daqui uma semana, provavelmente estarei triste, pois uma pessoa muito especial está indo embora e as ironias da vida não permitem que a gente permaneça juntos. Eu tenho a consciência de que vou ficar um pouco para baixo, mas já sabia que seria assim... Então, só me resta praticar o desapego, não em relação à pessoa, mas a situação.

Por agora, garanto que estou feliz! Que vocês curtam o texto, tanto quanto eu.

A felicidade como meta

Felicidade não é o gozo ou o prazer, nem a sua ausência. É o estado permanente de quem encontrou a si mesmo, isto é, a sua essência verdadeira.

Felicidade é o sentimento de desapego perante qualquer coisa de concreto ou abstrato que se lhe apresente. Esta é a felicidade verdadeira, incondicional, desligada de todo e qualquer fator material; é o viver em harmonia com a Realidade espiritual, ou, se preferir, com aquele nível que transcende o que se vê de imediato. É a Harmonia Universal. A Consciência Cósmica.

A sensação de prazer subordinada a um fator material e dele dependente, mesmo em se tratando de relacionamentos, não é felicidade, é alegria, porquanto passageira, isto é, dura até que referido fator também perdure, até que a função circense chegue ao fim.

Sendo assim, esqueça raça, cultura ou credo. Não importa seja o seu consulente rico ou pobre, velho ou novo, doente ou sadio, bonito ou feio, gordo ou magro, famoso ou desconhecido.

O caminho do desapego é o exercício regular de um sentimento de indiferença para com os acontecimentos de qualquer natureza. Não se trata de repulsa, pois se você despreza o próximo não o está amando como a si mesmo. Igualmente é impossível viver sem atender às demandas da vida no físico.

Indiferença, aqui, significa que você, por ter plena fé no ordenamento cósmico, não sofre, não se lamenta, não exulta, nem se ufana, apenas constata o fato e, se for o caso, faz o que precisa ser feito, sem se ligar emocionalmente; e, mesmo quando há emoção você não se liga nela. Em sendo caminho, a felicidade já se encontra no próprio caminhar.

Ordenamento cósmico pode ser entendido como o "quid" que faz com que o Universo, com seus elementos astronômicos, venha funcionando corretamente há tanto "tempo". Pode chamá-lo também de Deus, Infinito, Eternidade ou como queira.

Este sentimento de indiferença é alcançado ao negar-se sistematicamente a reconhecer realidade ao fenômeno e assim você deixará de fazer juízos de valor, isto é, avaliações, portanto, recusando-se a dar conhecimento ao fato e perdendo o hábito de julgar coisas, atos e pessoas, os episódios se mostrarão o que realmente são: apenas aparências e deixam de ter importância.

Este modo sistemático de agir demonstra fé prática e não apenas teórica.

Autor desconhecido

Wednesday, May 12, 2010

Quase morri

Quase passo desta pra uma melhor (ou pior) no final de semana. Sexta de madrugada, estava voltando de Porto Alegre, com mais duas amigas, quando batemos o carro e ele capotou. Não, não estávamos bêbadas. Eu estava atrás e sem o cinto de segurança.

Só pensei em duas coisas: “Vou me quebrar toda porque estou sem o cinto”, quando o carro começou a virar e “vou passar o resto da minha vida fazendo plástica pra arrumar o estrago no meu rosto”, quando ele parou de capotar, eu abri os olhos e vi a quantidade de vidro que tinha caído em mim.

Mas por milagre, não me quebrei e nem a casquinha do único arranhão que tive no nariz existe mais. Sim, só tive um arranhão no rosto. E claro, alguns hematomas pelo corpo. Nem a minha cabeça dói mais. No sábado doía até para piscar.

As gurias que estavam comigo também não se machucaram, nadinha. Todos que viram o acidente falaram que era um milagre estarmos vivas. Meu tio disse que não conhecia uma pessoa que tivesse sobrevivido à capotagem de carro. Agora ele conhece três.

Óbvio que tenho consciência de tudo de ruim que poderia ter acontecido e do milagre que aconteceu... Mas a minha vida não vai se dividir em antes e depois do acidente. Eu já ando reclamando dessa chuva que não para, da minha permanente falta de grana, da falta de tempo, das viagens que ainda não fiz... Tudo como sempre foi.

Mas não sou uma ingrata, muito pelo contrário. Posso continuar reclamando de tudo, porque sou humana e com toda a mediocridade que essa condição contém. O que ficou foi a certeza de que a gente tem que viver o melhor possível, fazer tudo o que tiver vontade e não ter medo de ser feliz. É clichê? É. Mas uma das melhores coisas da vida são clichês.

Ter um blog, escrever que devemos fazer tudo que temos vontade é um baita clichê. Eu não vou fazer tudo o que tenho vontade. Algumas coisas requerem a grana que eu não tenho, outras são malucas demais e as piores, dependem unicamente da minha coragem. Eu quase morri, mas infelizmente, continuo covarde. Esse acidente não me matou, mas me trouxe uma torturante consciência que às vezes eu deixo de viver.