Thursday, June 24, 2010

Distinção

A Fabi e eu passeando por Brasília, durante a I Conferência Nacional de Comunicação

No meio de uma semana que passo entre dúvidas, medos, saudades, ansiedades e preocupações, tive na tarde de hoje uma grande alegria. Uma amiga muito querida foi aprovada com distinção na banca do trabalho de conclusão da faculdade.

A Fabi é uma das poucas amigas que sobraram dos meus anos de Unisinos. Queria ter assistido a banca dela, mas como tô correndo para resolver uns probleminhas de saúde, não cheguei a tempo de entrar. Fiquei do lado de fora da sala, tentando escutar alguma coisa e me lembrando que há dois anos era eu passando por isso.

Desde que me formei, fui poucas vezes na Unisinos, mas todas foram pra falar com a Fabi, pegar um livro dela emprestado, emprestar um livro pra ela, tomar cerveja no Alemão ou comer panqueca, como fizemos hoje.

Eu não tirei distinção no meu trabalho por causa de um erro de formatação, por um ponto eu fiquei no aprovado plenamente. Não lembro de alguém me perguntar como passei no TCC depois de formada e confesso, isso não faz a menor diferença... Mas como eu queria ter tirado um pontinho a mais.

Acompanhei toda a correria da minha amiga com o TCC e hoje ouvi ela falando do vazio que vai sentir quando tudo acabar, depois da formatura. Eu também senti e não sei como preenchi. Esse vazio pós formatura é bem típica da vida, é um fim de uma etapa, começo de outra. É quase um nascer, depois de anos sendo gerado.

Enquanto tentava ouvir o que os professores falavam pra ela, eu chorava de saudade, de ansiedade, de orgulho, de raiva de não ter chegado a tempo. Mas eu fiquei toda orgulhosa da minha amiga e apesar dela não ter visto, eu bati palmas pra ela junto com a Ana, o Pedro, o Jahn e a Luíza.

Wednesday, June 23, 2010

Recomeço...

Depois de quase três anos, recomecei a terapia hoje. Com uma nova psicóloga, a que eu ia foi embora para Roraima. E lá fui eu, contar tudo de novo. Nascimento, infância, adolescência, namorados, empregos, amigos, decepções, traumas, medos, alegrias, saudades, problemas reais e imaginários, neuras e mais neuras...

Hoje eu mais chorei do que falei. Nossa, ela ainda não sabe de nada. Só sabe do agora. Foi bom. Eu precisava falar e falar para alguém que não está envolvido, alguém que não vai me julgar, apesar de me olhar assustada.

Eu sei que a próxima sessão vai ser muito diferente. A minha vida terá mudado muito, ou não. Pra terapia, eu não sei o que seria mais rico, mais interessante. Pra mim, eu sei menos ainda...

Eu não estou pensando nisso. Não estou sentindo nada também. Eu choro e nem percebo, a temperatura oscila e eu não sinto frio ou calor. Comer ou não comer, tanto faz. Mas eu estou aqui, isso basta. Tô aqui!

Tuesday, June 22, 2010

Indo...

Incrível como as coisas mudam o tempo todo. Há um ano, jamais pensaria que hoje minha vida estaria do jeito que tá. Nem precisamos pensar muito longe, há meses atrás tudo era tão diferente. Claro, nem tudo mudou, mas muita coisa mudou. E eu mudei muito!

Conheci pessoas, vieram surpresas, aconteceram situações que sempre considerei inimagináveis, mas que me fizeram pensar e mudar conceitos. Mas é uma mudança muito interna. Pra dentro, apesar de estar numa fase totalmente “pra fora” da minha vida.

Mas essas fases são bem normais. Às vezes a vida vem toda colorida, que nem bloco de carnaval, e nos leva junto. Noutras, fica preto e branco e nos deixa de lado, na arquibancada, vendo a folia dos outros.

Eu tô bem na minha, matutando com os meus botões. Vivendo pra dentro, às vezes é difícil assimilar a grandeza que é viver. Estou dentro do casulo, percebendo a vida lá fora. Daqui um pouco eu saio, mas saio borboleta!

Tuesday, June 15, 2010

19 dias

Estranha a relação que estou estabelecendo com o tempo, principalmente nos últimos 19 dias, que foi quando o ar começou a faltar e o vazio aumentar.

Geralmente a gente olha pra trás e se surpreende de como o tempo está passando rápido. Coisas que aconteceram aparentemente ontem, percebemos que já faz tempo, meses, anos, até décadas...

Nesses 19 dias, eu conto um por um dos dias e sempre penso que há recém passou 19 dias. Essa sensação de “parece que foi ontem e já tem tanto tempo” não existe. É estranho. É demorado. É arrastado, sofrido, dolorido. Pois parece que tem um tempão e não tem nem vinte dias.

19 dias é pouco? Não virei nenhuma folhinha do calendário. Os ciclos da lua não se completaram. As contas não venceram... É pouco, sim. Mas às vezes parece ser tanto. Esses 19 dias não são de espera, há não ser que minha espera dure pra sempre. Se isso acontecer, será que vai demorar muito pra passar? Não quero contar os dias pra sempre. Pior, esses 19 dias podem ser o começo de um nunca mais.

Essa lucidez espantosa sobre o tempo tem me matado, tão lentamente quanto a atual velocidade do tempo. Dá medo. Certas coisas é melhor não sentir, não notar, não perceber. Queria que passasse rápido, até o dia que eu me lembrasse do hoje como um pretérito mais que perfeito, mas distante o suficiente pra não me fazer chorar.

Monday, June 14, 2010

Catarse

Às vezes eu estou tri bem. Às vezes eu estou tri mal. Ando bipolar elevado ao cubo. Bom, o fato é que volta e meia, entre um compromisso e outro, preciso correr pra me esconder pra poder chorar em paz.

Passa logo e minutos depois já estou leve e dando risada, mas na hora parece bastante desesperador. Hoje isso aconteceu duas vezes. No restaurante, antes de almoçar, fiquei uns 10 minutos chorando compulsivamente no banheiro.

E depois foi na rua, em Esteio, indo para o pilates no meio da tarde. Esteio é a segunda menor cidade do Rio Grande do Sul em território. Três vezes por semana eu praticamente atravesso Esteio para fazer pilates. Nesse caminho, de poucas quadras, tem uma igreja (que eu não sei qual), com uma placa escrito “Deus é Amor”.

Em alguns dias, tem um pastor falando alto num microfone, por várias quadras é possível ouvir. Nunca vi muitas pessoas lá dentro, apesar do rapaz que fica na porta, convidando todo mundo que passa na rua para entrar.

Hoje, ele não me convidou. Eu própria entrei em disparada, tava na rua e deu uma vontade louca de chorar, só que Esteio não tem shopping ou praças que dá pra gente se esconder... Só tinha aquela porta aberta que me dizia que Deus é amor.

Entrei e chorei, chorei, chorei. O tal pastor parou de pregar a palavra do Senhor e ficou me olhando de boca aberta. Não tinha mais ninguém na igreja. Depois de alguns minutos chorando loucamente, sequei minhas lágrimas, pedi desculpas e fui, seguir o meu caminho.

O pastor perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim. Ele me falou que o diabo tinha acabado de sair do meu corpo. Que poderia voltar sempre ali e que nunca mais choraria porque Deus é amor.

Mal sabe ele, que o diabo está aqui, apertando a minha garganta e me fazendo chorar de novo. Deus é amor sim, mas é a saudade o que é? O caminho do meio, o purgatório?

Sunday, June 13, 2010

Em pé

Dói. Parece que arrancaram um pedaço de mim. Choro metros cúbicos quase que diariamente. Em qualquer lugar e fazendo qualquer coisa. Durante o serviço, na rua, no ônibus, no banho, pagando uma conta, lendo, num bar com os amigos...

Dá aquele nó na garganta e os olhos se enchem de lágrimas. Dá uma saudade, uma vontade de estar junto. E um medo danado de nunca mais estar. Então eu choro, ou disfarço, mas sempre me surpreendo: como, apesar de tudo isso, ainda continuo em pé?

Eu sigo, me arrastando, aos trancos e barracos, mas tô firme e em pé. Não sei se as pessoas percebem apenas “mais uma pessoa em pé”, ou se elas notam que falta algo, “uma pessoa pela metade, que apesar do buraco permanece em pé”.

Eu vou, me arrastando, mas vou. Tem coisas pra fazer, textos para escrever, livros para ler e uma agenda lotada para não ter tempo de lembrar, apesar de que eu nunca consigo esquecer, nem por segundos. Nem no meio de risada, quando eu me acho quase feliz de novo. Quase.

Quase. Mas tem o vazio, a saudade, o nó, o choro, o medo e o nunca mais rindo o tempo todo da minha cara. E tem eu, em pé, pensando que nunca mais não existe. Nem o sempre. Mas não me importo, porque queria mesmo é agora.

Acho que vou no médico pedir um remédio pra dor. Vai que um dia eu caia de vez... Ou num psiquiatra para ele me distrair do vazio... Eu sei que viver, às vezes, dói. Mas não precisava ser sempre tão sofrido.

“Te quero muito. Ficar junto e respirar...”
Nando Reis

Tuesday, June 08, 2010

Tem tanta coisa acontecendo na minha vida que minha cabeça está dando um nó. E isso causa uma angústia chata e um nó na garganta desgraçado. Com tanto nó assim, o estômago só podia ficar embrulhado.

Brincadeiras a parte, tá tudo complicado. Eu queria escrever sobre o passeio no templo Budista, em Três Coroas e a praia no final de semana, com o Xande e o Flávio, que estava muito divertida. Mas os nós não permitiram.

Às vezes a gente se mete em cada situação... Ando numa fase de muitos questionamentos e ansiedades. Tudo pode mudar em um minuto. Estou na eminência de uma baita mudança, é só isso, já causa medo.

Muita coisa aconteceu que me deixaram tonta e tanta coisa ainda pode acontecer que a tontura pode virar queda livre. Ainda não posso falar e isso é uma coisa que me sufoca.

E o tempo que não passa? E o meu pensamento que não sustenta um raciocínio lógico para que eu entenda como é possível? E o medo que tá me assombrando? E as enes dúvidas que pairam sobre mim? E a saudade que só aumenta? E os nós que damos na vida, como desatamos?

Ao universo – A/C Deus

Sim. Eu sei que não é a primeira vez que te escrevo. Isso já aconteceu antes, alguns anos atrás. Começou no dia que fiz 19 anos e levei um fora do cara por quem era apaixonada e tinha tirado minha virgindade no dia anterior. Depois desse episódio, passei muito tempo escrevendo para o Senhor. E guardei por muito tempo essas cartas. Afinal qual é o endereço de Deus? Sempre acreditei na força das palavras e que Deus é tudo, então escrevia e acreditava que as palavras iam para o universo e mais cedo ou mais tarde, o Senhor ouviria. Anos depois disso, já recupera da depressão, coloquei as cartas fora, li algumas e entendi porque você nunca me respondeu. E como eu sofri. Havia tanta mágoa, tanto ódio, tanta frustração, tanto rancor, tanto apego que ao reler me dei conta que eu não era apaixonada por ele e sim, por uma situação. Foi preciso anos para eu me dar conta que o Senhor tinha planejado coisa muito melhor pra mim. Muito obrigada. Obrigada, principalmente, por eu ter me tornado uma pessoa mais leve.

Agora, estou aqui, um pouquinho mais madura e ainda escrevendo pra Deus. Só que agora deixo postado aqui no blog, se alguém rir já tô no lucro. E quanto mais gente lê, mais as palavras vão para o universo e se cada um fizer pensamento positivo, fica melhor ainda. Eu quero que o Senhor, o universo, os anjos da guarda e toda a tua turma poderosa conspire a favor e me traga de volta ele. O homem perfeito, que para o resto do mundo é mais um cara comum. Mas para mim é PERFEITO. Por favor meu Deus, me permita isso. Eu não gostaria de passar o resto da minha vida procurando ele em outros homens, até porque não vou achar. Acredito que para cada pessoa, existe apenas uma perfeita, uma que nos traz uma paz de espírito tão grande que a gente não consegue explicar, uma que nos faz pensar que o abraço é o melhor lugar do mundo, uma que nos faz se sentir perfeita. Tá, eu sei, eu sou muito sortuda por ter encontrado essa pessoa e ter vivido esses meses com ele. E pode acreditar, que já sou muito grata por isso. Mas é que a saudade tá doendo, sufocando. Estranho é que não tô apaixonada, tô desconfiada que é amor. Será Deus? Caso seja muito difícil fazer a minha vida cruzar na dele agora, me dê serenidade e calma para esperar o momento certo, quando a vida não tiver tão complicada, quando nos dois estivermos prontos. Essa história não acabou, não pode ter acabado. E dessa vez, esse pedido é tão puro, tão de coração que sei que o universo conspira a favor. Dessa vez, não tem raiva, não tem ódio, não tem rancor, não tem mágoa. Só tem amor.