Friday, February 27, 2015

Terapia do renascimento


Meu nome é Renata, nasci no dia 08 de agosto de 1985, com o sol em Leão (signo do ego) e renasci no dia 08 de fevereiro de 2015 com o sol em aquário (signo do futuro). Meu nome significa “aquela que renasce.”

Algumas semanas atrás, tive a oportunidade de passar pela experiência mais incrível da minha vida. O Rebirthing ou a Terapia do Renascimento é um método holístico que usa as técnicas de respiração denominadas “respiração conectada, respiração circular, respiração consciente, respiração espiritual ou respiração de energia intuitiva”, com o objetivo de potencializar a conexão entre expiração e inspiração.

Esta técnica traz para o corpo e a mente, a purificação pelo ar, pelo prana, a mais pura Energia Divina, limpa o sangue, o sistema nervoso, o estresse acumulado, as emoções e mágoas antigas guardadas em todas as células e, consequentemente, promove a cura para muitos males, de maneira simples e poderosa. Muitos o consideram como o "novo yoga", "yoga da vida eterna" ou "yoga da longevidade".

Dos meus 17 aos 20 anos fiz yoga e na primeira aula, o professor falou sobre isso. Claro que eu não prestei atenção porque não era o momento, não estava preparada. E como as coisas acontecem no tempo certo, isso tudo veio (ou voltou) a tona, agora. Aliás, voltar para a yoga é prioridade no próximo mês, chega de andar distante de mim. 

Voltando ao Rebirthing: a terapia foi descoberta por Leonard Orr de maneira intuitiva, numa banheira de água quente onde buscava simular o útero materno. Durante o banho, sua respiração começou a se alterar e Leonard vivenciou o momento de seu nascimento. Eu passei por isso. Sim, eu renasci e desde então procuro as melhores palavras para descrever as sensações inexplicáveis que tive. E acreditem, pode parecer exagero da minha parte e ainda assim, não chegará nem perto do que realmente foi.

O Rebirthing foi realizado como uma dinâmica num curso que fiz, onde incluía meditação, técnicas de respiração e hipnose. Fui movida pela curiosidade e durante as mais de 40 horas que fiquei isolada num hotel, senti medo, raiva, alegria e fui constantemente surpreendida. Nenhum tipo de estimulante externo (álcool, cigarros e qualquer outro tipo de droga) era permitido e todas as dinâmicas culminaram com o renascimento.

Fiz a viagem mais louca da minha vida, de cara. Meu corpo passou por sensações que eu não tinha consciência que já tinha vivenciado, me dei conta das obviedades que moravam em mim, acordei potencialidades, me senti viva, intensamente viva e tudo consciente. Foi melhor que chá de cogumelo, mais dolorido que tatuagem, mais intenso que orgasmo, me trouxe mais paz que voar de asa-delta.

Passar por essa experiência de reviver os meses no útero e o momento do nascimento é um presente que todo mundo deveria se permitir. Penso que para qualquer pessoa será gratificante, no meu caso, revivi todo o AVC que minha mãe teve quando estava grávida de 3 meses de mim. Senti medo, muito medo, me senti abandonada, não entendia aquele silêncio todo, mas valeu cada minuto.

Me emociono quando lembro, principalmente da sensação muito forte de que antes dos meses que a mãe passou no hospital, eu estava num ambiente muito festivo, de alegria e celebração. Depois do Rebirthing, a mãe me disse que contou para toda a família que estava grávida no natal e que todos estavam muito felizes (ela já tinha perdido um filho, que nasceu morto anos antes). Senti tudo isso! Lembrei também da festa do meu primeiro aniversário. Sério! Eu estava encantada com o sapato branco que estava usando e senti minha mão doer de tanta força que eu fazia segurando o dedo de algum adulto enquanto eu dava uns passos.

Mudei muito depois disso. Mudou a mulher de quase trintas anos. Mudou a mãe que um dia eu posso me tornar e mudou a maneira que eu enxergo qualquer criança, porque tive a chance de adulta sentir o que elas sentem. Infelizmente, a gente vai crescendo e se perdendo, se sentindo cada vez menos, não nos reconhecemos porque vivemos cada vez mais para os outros e menos para si.

Foi necessário fazer a viagem mais maluca da minha vida, para dentro de mim, para me dar conta do óbvio, para encontrar todas essas sensações que já me fizeram vibrar e estavam perdidas em algum canto da mente, da realidade, do medo, do julgamento, dessa correria que nos amortece para os detalhes.

Acredito que só vou ter noção do impacto daqui alguns anos, mas afirmo que renascer sem morrer, nascer novamente enquanto se vive nos dá a certeza e a gana de aproveitar cada momento. A gente percebe todo instante a vida nos dizendo “é bom existir. Permita-se!”