Wednesday, June 24, 2009

E viva São João

Noite de São João
Kleiton e Kledir


Era noite de São João
E eu saia com meu irmão
De bigode de rolha
E chapéu novo em folha
Brim Coringa e alpargata

Toda noite de São João
Eu sonhava em pegar da mão
De uma prenda bonita
De vestido de chita
E Maria Chiquinha

Soltando foguete (tchê)
Pulando fogueira (há)
Era noite de São João


Toda noite de São João
A quermesse era um festão
Bandeirinhas no arame
De papel celofane
Pau de sebo e de fita

Era noite de São João
E depois de comer pinhão
Vinha pé-de-moleque
Puxa-puxa e um pileque
De caninha ou de quentão

Soltando foguete (tchê)
Pulando fogueira (há)
Era noite de São João


Era noite de São João
Cordeona com violão
Esquentavam as moça
E eu nesse bate-coxa
Não podia me segurar

Toda noite de São João
Eu voava que nem balão
Namorava as estrelas
Que são primas terceiras
E afilhadas de São João

Soltando foguete (tchê)
Pulando fogueira (há)
Era noite de São João

Wednesday, June 17, 2009

Não tem explicação

Hoje, o Supremo Tribunal Federal, STF, julgou a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Após ser adiado por duas vezes, o Recurso Extraordinário 511961 voltou à pauta da sessão plenária. O julgamento se dividiu entre as posições do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) com o apoio da Advocacia Geral da União.

O que aconteceu no país que mais parece uma pizzaria? Não é mais necessário ter diploma para exercer a profissão de jornalista. Uma profissão que lida diretamente com a sociedade, de tal importância, que é chamada de “o quarto poder.” Grosso modo, qualquer pessoa pode atuar como jornalista. O resultado foi 8x1 para eles. Há apenas um ministro de bom senso e coragem no STF.

Defender a necessidade do diploma de Jornalismo no exercício da profissão está longe de ser uma questão corporativa. Esse ataque à profissão jornalística é um atentado a liberdade e o fim da exigência da formação fere toda a sociedade em seu direito de ter informação qualificada. Hoje, retrocedemos muitos anos na história.

O procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, que defendeu o MPF e o Gilmar Mendes, afirmou que a exigência do diploma é um "obstáculo à livre manifestação de pensamento, garantida pela Constituição.” Ora, há espaços de opiniões em todos os veículos de comunicação. Qualquer cidadão pode e deve dar sua opinião e se quiser, torná-la pública. Existe espaço para isso.

Agora, notícia é coisa para jornalista. É óbvio que um médico tem mais conhecimento sobre saúde do que um jornalista, um advogado entende mais da legislação do que o jornalista e assim por diante. Isso é senso comum, não se discute. Agora o que um médico, um advogado, um dentista, um engenheiro entendem de lead, de critérios de noticiabilidade, de mídia tranning, de clipagem e taxação?...

Perceberam? Perceberam a burrada que a turma do Ministério cometeu? Os jornalistas sairão perdendo, claro. Mas pior será para a sociedade que poderá perder a certeza de receber uma informação qualificada feita por profissionais competentes. Além de essa atitude abrir vários precedentes, o relator do projeto, Gilmar Mendes, disse que regulamentações de outras profissões também serão revistas. Aonde vamos parar?

A democracia não tem explicação

Outro ponto importantíssimo nessa história absurda é que se a cassação do diploma é para endossar a “democracia”? Por que não se levou esse debate para a sociedade? Por que o MPF não foi para as ruas fazer a campanha contra o diploma e nós, a favor? Por que não se ouviu falar isso nos telejornais da Rede Globo? Por que não realizaram um plebiscito e deixarem a escolha nas mãos da sociedade?

Mas é a democracia, gente. Democracia, vivemos numa democracia, onde oito representantes de uma minoria, considerada a elite do judiciário brasileiro, resolve que a Nação não tem direito de receber informação decente, nem o de ter uma imprensa livre e autônima, feita por profissionais.

O que farão os milhares jornalistas registrados no Ministério do Trabalho? E as centenas de cursos de jornalismo que temos em atividade no país? E os professores universitários de comunicação? E os estudantes? Como debater salários justos para uma profissão que nem se quer é regulamentada? O que será do futuro de um povo que tem uma imprensa movida por interesses, incapaz de atuar na construção de uma sociedade plural e justa?

Friday, June 12, 2009

Dia dos Namorados

Meu príncipe encantado deve ter caído do cavalo, batido a cabeça, perdido a memória... Por isso não me encontra!

Wednesday, June 10, 2009

A arrogância e os gaúchos

Polêmica a declaração do ministro Nelson Jobim que "já criei a arrogância dos gaúchos"? Acho que não. Depois dessa declaração, dezenas de enquetes foram feitas e, a grande maioria dos gaúchos, acha que nós somos, de fato, arrogantes.

Eu concordo. Penso que a nossa arrogância vem do orgulho que ostentamos. Pode ser o maior roqueiro do mundo, mas se é gaúcho, sabe cantar os versos de "Querência Amada". Pode detestar política, mas enche a boca para falar do Getúlio Vargas, considerado por muitos, um dos melhores presidentes que o Brasil já teve. Não gosta de futebol, mas tem orgulho do Ronaldinho Gaúcho, do Pato, do Sobis, do Dunga, do Taffarel, do Falcão... E as mulheres? De Ieda Maria Vargas à Gisele Bündchem, o país e o mundo sabem de onde elas vieram.

A nossa arrogância vem disso. Da nossa história, dos heróis que cultivamos. Da grandeza de celebrar uma guerra (a dos Farrapos) onde nos perdemos. De cultivar hábitos que vem dos nossos avós. De vestir a melhor bombacha e ir passear na Redenção. De ser antiqualquer coisa, porque para todo gaúcho é 8 ou 80, não há meio termo. De defender nossas crenças e nossos custumes. De cantar o hino riograndense com a mão no peito e com a certeza que se nossas façanhas servisem de modelo a toda terra, teríamos outra sociedade.

Não achei a declaração do Jobim polêmica, seria se fosse dita por uma pessoa que não fosse gaúcha. Mas o ministro é daqui, de Santa Maria. Tão gaúcho quanto o gaúcho de Alegrete, gaúcho de Passo Fundo, gaúcho de Bagé, gaúcho de Porto Alegre, tão peculiares e tão iguais. Ele não criou a arrogância, já nasceu com ela, é quase inerente, nasceu no Rio Grande do Sul é um arrogante. Que sejamos todos arrogantes, pois reconhecer os nossos defeitos é típico de um povo cheio de virtudes.

Sunday, June 07, 2009

As mulheres e o futebol

Estava escutando o Pijama Show outro dia, e o Everton Cunha perguntava o que faz as mulheres gostarem tanto de futebol, atualmente? Fiquei pensando nisso, porque eu me incluo nesse time. Agora, será que gosto de fato de futebol?

Eu não perco minhas tardes de domingo olhando futebol, a não ser se meu time está jogando. Eu não coleciono camisas das mais diversas equipes, só tenho camisas do meu time. Eu não sei o calendário do campeonato brasileiro, só sei quando tem jogo do meu time. Sequer sei onde o Ronaldinho Gaúcho está jogando. Só sei quem está jogando no meu time.

Acho que antes de gostar de futebol, gosto do meu time! Penso que para nós, mulheres, o gostar de futebol, passa necessariamente pelo time que torcemos. Ao contrário dos homens. Lembro dos meus tios que assistiam jogos do Cruzeiro X Botafogo, do São Paulo X Vitória... Coisa que eu não faço e acho que a grande maioria do sexo feminino, também não.

A gente gosta sim de futebol e entendemos do esporte também, tão bem quanto eles. Mas para mim, o nosso lado emotivo e passional vem à tona também no quesito futebolístico. Eu gosto de futebol porque tenho um time para torcer, incentivar, vibrar junto... Não o esporte em si, e sim algo que mexe com os nossos sentimentos, que atende por um nome, no meu caso, Internacional, mas que poderia ser Botafogo, Palmeiras, Coritiba...