Monday, October 22, 2007

Tic-tac

Sempre usei relógio. Desde os meus 7 anos, quando ganhei o primeiro. Era rosa, da Xuxa, tinha uma tampinha que abria. Era digital, pois achava difícil entender as horas com ponteiros. Não lembro quanto tempo aquela tampinha durou, nem os que se seguiram, mas desde então só tiro o relógio para tomar banho.

Nunca tive problemas com os relógios que já tive. Mas eu tenho um que me irrita muito. É o que eu acho mais bonito, ele é preto com prata, quadrado, discreto... Do jeito que eu gosto. Só que ele é barulhento. O tic-tac dele é muito alto. Estou estudando e tic-tac. Indo para o trabalho e tic-tac. Andando de bicicleta e tic-tac. Almoçando e tic-tac. Estou na academia e tic-tac. Quero o silêncio e tic-tac. O tic-tac se tornou uma trilha sonora. Indesejável, por sinal.

Resolvi só usar para sair, de preferência em lugares bem barulhentos. Mas arrebentei a pulseira do relógio que estava usando, fui pegar outro e vi que estava sem pilha. Outro, sem pulseira. Alguns, não lembro onde guardei. Enfim, só me sobrou o barulhento.

Lendo a coluna do Moacyr Scliar, na Zero Hora do último domingo (21/10), que fala sobre sua relação com o tempo e conseqüentemente, com os relógios. Entendi minha implicância. Scliar conta que o relógio dele está adiantado 12 minutos, os meus são mais modestos, apenas 5. Ele acredita que adiantamos o relógio para enganar a nos mesmos. Concordo. Mas destaca que isso não evita o tempo de passar, pois a ilusão de estar à frente do tempo é momentânea. O relógio sempre nos leva pela mão até a hora certa e nos lembra o quanto estamos e, às vezes, somos atrasados. Concordo novamente.

Esse meu relógio, como todos os outros, cumpre com sua função, mostra a quantas as horas andam passando. O problema é que ele faz questão de me avisar! Tic-tac!

2 comments:

Anonymous said...

Eu tive relógio digital. Era mais legal, mais moderno. Tive de ponteiro. Tive com ponteiro e digital...Até que em dois assaltos me levaram dois relógios e então eu desisti.
Hoje o meu relógio é o do celular e só.
Às vezes até vejo uns nas lojas e penso em comprar, mas logo desisto...
Mas sei bem o que é um relógio de parede fazendo tic tac...é um terrorismo..

Memórias & Recordações said...

Eu fui passar uns dias de férias na casa da minha mãe, que mora na fronteira com a Argentina, lugar lindo, tranqüilo, muita caturrita, pica-paus e azulões e na parede do quarto um discreto relógio que não me deixou dormir a noite toda!
Na 2ª noite fui obrigada a subir numa cadeira, retirar o relógio da parede e guardar numa gaveta debaixo de várias roupas...