O livro tem quase 500 páginas, é da Hazel Rowley e fala da história do maior casal da história: Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Gosto também do John Lennon e da Yoko Ono, do Sid Vicius e da Nancy Spungem, de Cristo e da Maria Madalena... Mas esses foram apenas casais, um do outro. Já Sartre e Simone foram do mundo, sem deixar de serem um do outro.
Sartre, por se achar feio, resolveu conquistar todas as mulheres que quisesse, pelas palavras. Simone deu graças a Deus por seu pai não ter dinheiro para lhe pagar um bom dote. Acabaram se encontrando, felizmente. Antes de qualquer coisa, eles tinham um trato de dividir tudo, inclusive os inúmeros casos paralelos que tinham, o que muitas vezes resultava numa multiplicação de casais.
Sim, uma baita putaria, na década de 30, 40, 50... Era Simone com amigo de Sartre, Sartre com alunas da Simone, alunas e professora. Mas nunca deixaram de ser um do outro, por toda a vida. Passavam até dois anos sem se ver, sem cobranças. E por aí vai. Se acho isso certo? Não sei. Mas sim, acho muito melhor aceitar o outro com toda a liberdade que está condicionada num ser.
Existe algo mais raro do que aceitar a liberdade do outro? Não é questão de gostar. A Simone era possessiva ao extremo. Sartre, um ciumento de plantão. E ambos eram inteligentes o suficiente para saber que aprisionar o outro é limitar. E o mundo já nos impõe limites demais, então não seriam eles a serem mais uma pedra no caminho de quem amavam.
Não aceitamos nem os defeitos perdoáveis dos outros, quanto mais a condição humana de mudar de idéia, de experimentar, de buscar novas pessoas... Não acho que ser fiel, até que morte os separe, seja impossível. Apenas penso que uma pessoa é uma possibilidade e trás consigo muitas outras possibilidades.
Falta de romantismo? Liberdade? Existencialismo filosófico de boteco? Utopia? Pouca vergonha? Talvez um pouco de tudo. Pois, a liberdade aceita tudo. Como a Simone diz numa certa altura do livro: “Qualquer tête-à-tête que tenha com Sartre, vale mais que uma vida inteira”. É isso!
Monday, October 29, 2007
Monday, October 22, 2007
Tic-tac
Sempre usei relógio. Desde os meus 7 anos, quando ganhei o primeiro. Era rosa, da Xuxa, tinha uma tampinha que abria. Era digital, pois achava difícil entender as horas com ponteiros. Não lembro quanto tempo aquela tampinha durou, nem os que se seguiram, mas desde então só tiro o relógio para tomar banho.
Nunca tive problemas com os relógios que já tive. Mas eu tenho um que me irrita muito. É o que eu acho mais bonito, ele é preto com prata, quadrado, discreto... Do jeito que eu gosto. Só que ele é barulhento. O tic-tac dele é muito alto. Estou estudando e tic-tac. Indo para o trabalho e tic-tac. Andando de bicicleta e tic-tac. Almoçando e tic-tac. Estou na academia e tic-tac. Quero o silêncio e tic-tac. O tic-tac se tornou uma trilha sonora. Indesejável, por sinal.
Resolvi só usar para sair, de preferência em lugares bem barulhentos. Mas arrebentei a pulseira do relógio que estava usando, fui pegar outro e vi que estava sem pilha. Outro, sem pulseira. Alguns, não lembro onde guardei. Enfim, só me sobrou o barulhento.
Lendo a coluna do Moacyr Scliar, na Zero Hora do último domingo (21/10), que fala sobre sua relação com o tempo e conseqüentemente, com os relógios. Entendi minha implicância. Scliar conta que o relógio dele está adiantado 12 minutos, os meus são mais modestos, apenas 5. Ele acredita que adiantamos o relógio para enganar a nos mesmos. Concordo. Mas destaca que isso não evita o tempo de passar, pois a ilusão de estar à frente do tempo é momentânea. O relógio sempre nos leva pela mão até a hora certa e nos lembra o quanto estamos e, às vezes, somos atrasados. Concordo novamente.
Esse meu relógio, como todos os outros, cumpre com sua função, mostra a quantas as horas andam passando. O problema é que ele faz questão de me avisar! Tic-tac!
Nunca tive problemas com os relógios que já tive. Mas eu tenho um que me irrita muito. É o que eu acho mais bonito, ele é preto com prata, quadrado, discreto... Do jeito que eu gosto. Só que ele é barulhento. O tic-tac dele é muito alto. Estou estudando e tic-tac. Indo para o trabalho e tic-tac. Andando de bicicleta e tic-tac. Almoçando e tic-tac. Estou na academia e tic-tac. Quero o silêncio e tic-tac. O tic-tac se tornou uma trilha sonora. Indesejável, por sinal.
Resolvi só usar para sair, de preferência em lugares bem barulhentos. Mas arrebentei a pulseira do relógio que estava usando, fui pegar outro e vi que estava sem pilha. Outro, sem pulseira. Alguns, não lembro onde guardei. Enfim, só me sobrou o barulhento.
Lendo a coluna do Moacyr Scliar, na Zero Hora do último domingo (21/10), que fala sobre sua relação com o tempo e conseqüentemente, com os relógios. Entendi minha implicância. Scliar conta que o relógio dele está adiantado 12 minutos, os meus são mais modestos, apenas 5. Ele acredita que adiantamos o relógio para enganar a nos mesmos. Concordo. Mas destaca que isso não evita o tempo de passar, pois a ilusão de estar à frente do tempo é momentânea. O relógio sempre nos leva pela mão até a hora certa e nos lembra o quanto estamos e, às vezes, somos atrasados. Concordo novamente.
Esse meu relógio, como todos os outros, cumpre com sua função, mostra a quantas as horas andam passando. O problema é que ele faz questão de me avisar! Tic-tac!
Saturday, October 20, 2007
Musiquinha
Estava na tabacaria da Unisinos outro dia, quando começou a tocar uma música que eu nunca tinha escutado. Falava, mais ou menos, “...eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado...”. Gostei. Era na tv, a música é trilha dessa novela das 21, “Duas Caras”. Fiquei com esses versos na cabeça e fui atrás.
A música e letra é da Dani Carlos, se chama “As coisas que eu sei”. Gostei da letra toda. É simples. E eu também gosto da minha organização desorganizada. E sim, eu também moro num cenário do lado imaginário que volta e meia, fica fechado para visitação. Aliás, como todo mundo. Por isso essa música tá aqui. Agora eu sei!
“As coisas que eu sei”
Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração
Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ‘Play’
Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação
Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu nem me lembro do que desenhei
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quando mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando to a fim
Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia... Agora eu sei
A música e letra é da Dani Carlos, se chama “As coisas que eu sei”. Gostei da letra toda. É simples. E eu também gosto da minha organização desorganizada. E sim, eu também moro num cenário do lado imaginário que volta e meia, fica fechado para visitação. Aliás, como todo mundo. Por isso essa música tá aqui. Agora eu sei!
“As coisas que eu sei”
Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração
Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ‘Play’
Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação
Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu nem me lembro do que desenhei
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quando mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando to a fim
Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia... Agora eu sei
Tuesday, October 16, 2007
Visões de um final de semana
Sábado
Fui caminhando para a dança. Meus cambrês detonam minha coluna. Banho demorado. Lasanha de berinjela no almoço. Nega-maluca de sobremesa. Uma sala cheia de balões coloridos para encher. Festinha de aniversário de um ano do caçula da família. Parabéns. Negrinho. Bolo de chocolate. Negrinho. Família. Negrinho. Jogo do meu time na TV. Meu primo secando meu time. Meu time levando gol. Mais negrinho. Balão estourado. Crianças correndo. Gato de três patas apavorado com o tumulto. Casa. Noite. Churrasco. Maionese às 23h! Cerveja. Videokê. Primo metido a cantor. Bolo. Mais negrinho. Cerveja. Música sertaneja. Risadas. Casa. Cama.
Domingo
Não acordei na hora que prometi. O sol sai tímido pelas nuvens. Descobri que um monte de brinquedo é arte. Me emocionei vendo o videozinho da RBS. O homem de cabelo branco, andando de patins na orla do Guaíba rouba a cena, mas só até as crianças apostarem corrida e nos fazerem rir. Quase cai daquela coisa com rodas que andei. No meio da risada meu pé escapou do pedal e eu ri mais ainda. Até esqueci da fome. Não gostei do canhão. Não gosto de quartéis e afins. Mas gosto de miliquinho com calça bem justa, mas não tinha nenhum lá. Faltou maionese na torta de palmito e não resisti ao sorvete, embora não tivesse de chocolate. Tirei uma foto melhor que a da Rita Lee. Cheguei na Redenção pelo lado oposto do que tô acostumada e não me perdi. Encontrei meu professor de filosofia no caminho. Vi um idiota dar bala para o macaco. Dormi no carro. Fui no parquinho e ri dos adultos se espremendo nos brinquedos para acompanhar as crianças. Comi churros. Passei no shopping. Me deu vontade de comer as esfirras do Habbib’s. Comi e me lembrei que não sei qual é a minha relação com as esfirras do Habbib’s. Me deu vontade de comer pizza. Fui atrás de um negrinho. Dor nos pés.
Que vocês venham mais vezes. Preciso de histórias baseadas em fatos reais!!!!!!
Fui caminhando para a dança. Meus cambrês detonam minha coluna. Banho demorado. Lasanha de berinjela no almoço. Nega-maluca de sobremesa. Uma sala cheia de balões coloridos para encher. Festinha de aniversário de um ano do caçula da família. Parabéns. Negrinho. Bolo de chocolate. Negrinho. Família. Negrinho. Jogo do meu time na TV. Meu primo secando meu time. Meu time levando gol. Mais negrinho. Balão estourado. Crianças correndo. Gato de três patas apavorado com o tumulto. Casa. Noite. Churrasco. Maionese às 23h! Cerveja. Videokê. Primo metido a cantor. Bolo. Mais negrinho. Cerveja. Música sertaneja. Risadas. Casa. Cama.
Domingo
Não acordei na hora que prometi. O sol sai tímido pelas nuvens. Descobri que um monte de brinquedo é arte. Me emocionei vendo o videozinho da RBS. O homem de cabelo branco, andando de patins na orla do Guaíba rouba a cena, mas só até as crianças apostarem corrida e nos fazerem rir. Quase cai daquela coisa com rodas que andei. No meio da risada meu pé escapou do pedal e eu ri mais ainda. Até esqueci da fome. Não gostei do canhão. Não gosto de quartéis e afins. Mas gosto de miliquinho com calça bem justa, mas não tinha nenhum lá. Faltou maionese na torta de palmito e não resisti ao sorvete, embora não tivesse de chocolate. Tirei uma foto melhor que a da Rita Lee. Cheguei na Redenção pelo lado oposto do que tô acostumada e não me perdi. Encontrei meu professor de filosofia no caminho. Vi um idiota dar bala para o macaco. Dormi no carro. Fui no parquinho e ri dos adultos se espremendo nos brinquedos para acompanhar as crianças. Comi churros. Passei no shopping. Me deu vontade de comer as esfirras do Habbib’s. Comi e me lembrei que não sei qual é a minha relação com as esfirras do Habbib’s. Me deu vontade de comer pizza. Fui atrás de um negrinho. Dor nos pés.
Que vocês venham mais vezes. Preciso de histórias baseadas em fatos reais!!!!!!
Sunday, October 14, 2007
Devaneios de um ser perdido no mundo astrológico
Para quem acredita em astrologia, sou leonina com ascendente em escorpião e isso já basta para entender muita coisa, mesmo não achando necessário me explicar.
Sou brava quando quero. Sou má quando preciso. Sou egoísta e vingativa quase sempre. Não me orgulho, apesar de ser muito orgulhosa. Seria muito melhor poder dizer que sou sempre querida, fazendo jus à minha fama de meiga. E até sou, quando necessário, quando amo ou em nome do bom (e medíocre) convívio social.
Graças a Deus tenho a inteligência dos leoninos e a esperteza dos escorpianos. Mas, ultimamente ando muito puta da cara, dando rugidos e ferroadas a toa. Meu estômago que sofre com isso. Deve ser por causa do meu ascendente que tá passando pelo inferno astral. Saco de inferno astral, encaro um em julho e agora, outro em outubro...
Pelo menos são signos fortes, de personalidade. Às vezes tenho pena das pessoas que tem que conviver comigo, mas na maioria das vezes, tenho certeza de que elas têm é que dar graças a Deus por terem a sorte de dividir esse mundo comigo.
Ah, eu não acredito em astrologia, deixei de acreditar o dia que um astrólogo se recusou a fazer meu mapa astral, porque me disse que eu não era uma boa pessoa devido a essa combinação astrológica.
Não acreditei, como não acredito em astrologia, mas vai saber...
Sou brava quando quero. Sou má quando preciso. Sou egoísta e vingativa quase sempre. Não me orgulho, apesar de ser muito orgulhosa. Seria muito melhor poder dizer que sou sempre querida, fazendo jus à minha fama de meiga. E até sou, quando necessário, quando amo ou em nome do bom (e medíocre) convívio social.
Graças a Deus tenho a inteligência dos leoninos e a esperteza dos escorpianos. Mas, ultimamente ando muito puta da cara, dando rugidos e ferroadas a toa. Meu estômago que sofre com isso. Deve ser por causa do meu ascendente que tá passando pelo inferno astral. Saco de inferno astral, encaro um em julho e agora, outro em outubro...
Pelo menos são signos fortes, de personalidade. Às vezes tenho pena das pessoas que tem que conviver comigo, mas na maioria das vezes, tenho certeza de que elas têm é que dar graças a Deus por terem a sorte de dividir esse mundo comigo.
Ah, eu não acredito em astrologia, deixei de acreditar o dia que um astrólogo se recusou a fazer meu mapa astral, porque me disse que eu não era uma boa pessoa devido a essa combinação astrológica.
Não acreditei, como não acredito em astrologia, mas vai saber...
Tuesday, October 09, 2007
Sobre o Che
"Propõe-se a todo jovem ser essencialmente humano, tão humano que se sinta angustiado quando se assassina uma pessoa em qualuqer lugar do mundo e entusiasmado, quando em algum lugar do mundo se alça uma nova bandeira de liberdade."
Ernesto Che Guevara
Há 40 anos, Ernesto Guevara de La Serna morria. Ontem, o programa Conversas Cruzadas da TV Com debateu: "Che: herói ou bandido?" Na última semana, a revista Veja trouxe o mito na sua matéria de capa. Hoje, eu vesti minha camiseta vermelha com a foto do Che e olhei mais demoradamente para o quadro (dele) que tenho no meu quarto.
Não, não sou a favor do comunismo, aliás, tenho sonhos bem capitalistas. Penso que Cuba tem sérios problemas. E acho que nenhum totalitarismo é benéfico. Mas sou fã do Che e sempre vou vestir camisetas com sua foto. Se um dia tiver um filho, será Ernesto.
Gosto do Che porque ele foi humano e antes de mais nada, verdadeiro. As pessoas pagam caro por serem verdadeiras num mundo que louva mentiras. Não o comparo a Deus, pois só a carne e o osso nos fazem ser heróis e bandidos, como ele foi. Herói e bandido, é o que somos quando nos doamos. E o Che se doou e pagou por isso.
As pessoas não se entregam mais para nada. Nem por sonhos medíocres. E mais fácil se acomodar, se conformar e deixar que os revolucionários fiquem na história. A maioria, além de endurecer, perde a ternura. E sim, não fazemos revoluções, nem na nossa própria vida, quem dirá pela vida dos outros.
Che foi médico, revolucionário, visionário e até ditador. Mas nunca deixou de sê-lo, eis para mim, sua maior virtude. Por isso ele está no braço do Maradona, no peito do Mike Tyson, nas bandeiras do Inter e do Grêmio e de partidos políticos. Por isso ele segue estampando camisetas e embalando sonhos de um mundo mais justo. Por isso eu gosto do Che. Por isso, meu filho será Ernesto.
Ernesto Che Guevara
Há 40 anos, Ernesto Guevara de La Serna morria. Ontem, o programa Conversas Cruzadas da TV Com debateu: "Che: herói ou bandido?" Na última semana, a revista Veja trouxe o mito na sua matéria de capa. Hoje, eu vesti minha camiseta vermelha com a foto do Che e olhei mais demoradamente para o quadro (dele) que tenho no meu quarto.
Não, não sou a favor do comunismo, aliás, tenho sonhos bem capitalistas. Penso que Cuba tem sérios problemas. E acho que nenhum totalitarismo é benéfico. Mas sou fã do Che e sempre vou vestir camisetas com sua foto. Se um dia tiver um filho, será Ernesto.
Gosto do Che porque ele foi humano e antes de mais nada, verdadeiro. As pessoas pagam caro por serem verdadeiras num mundo que louva mentiras. Não o comparo a Deus, pois só a carne e o osso nos fazem ser heróis e bandidos, como ele foi. Herói e bandido, é o que somos quando nos doamos. E o Che se doou e pagou por isso.
As pessoas não se entregam mais para nada. Nem por sonhos medíocres. E mais fácil se acomodar, se conformar e deixar que os revolucionários fiquem na história. A maioria, além de endurecer, perde a ternura. E sim, não fazemos revoluções, nem na nossa própria vida, quem dirá pela vida dos outros.
Che foi médico, revolucionário, visionário e até ditador. Mas nunca deixou de sê-lo, eis para mim, sua maior virtude. Por isso ele está no braço do Maradona, no peito do Mike Tyson, nas bandeiras do Inter e do Grêmio e de partidos políticos. Por isso ele segue estampando camisetas e embalando sonhos de um mundo mais justo. Por isso eu gosto do Che. Por isso, meu filho será Ernesto.
Sunday, October 07, 2007
Renata Machado por Roberta Lampert
O texto abaixo foi escrito pela minha amiga Roberta Lampert, que é uma baita jornalista e escritora. O único motivo que me faz gostar de ir para a Unisinos nas segundas é que vou sentar do lado dela.
Adorei esse perfil que ela escreveu, mas é estranho pensar que a Rô me ache misteriosa! Ela é uma das poucas pessoas com quem eu passo horas conversando sem sentir o tempo passar. Ah, é ela que vai escrever o prefácio do meu livro, o dia que ele sair.
Se existe alguém que me inspira mistério da cabeça aos pés... seu nome é Renata.
Dotada de uma beleza singela e uma inteligência admirável, ela não é do tipo que se agrada com qualquer conversa. Seus papos têm conteúdo e são interessantes, por mais simples ou diferentes que possam ser: de filosofia a amores e corações partidos, todo assunto fica empolgante.
Por vezes, a bela moça parece estar em outro mundo quando se contempla seu rosto. Ela é pensativa, cheia de idéias, tem uma sensibilidade enorme e um coração maior ainda. Embora isso só seja fortemente perceptível convivendo um pouco mais tempo com Rê, são pequenos detalhes que a tornam especial.
Ela é generosa, amiga e bem responsável. Luta pelos seus sonhos, mas tendo cuidado de não se ferir. Talvez essa racionalidade exagerada a faça um pouco engraçada. Amar sem ter medo de sofrer, permitir que alguém tome conta do seu coração sem querer são coisas que não combinam com essa racionalidade. Só que todo ser humano tem uma parte que é pura emoção, que foge da razão e que se liberta sem pedir licença...
Tão calma, tão querida, não é possível acreditar que uma garota cheia de qualidades como ela tenha problemas. Mas, ela diz que tem. Ou quem sabe, até já superou e não se deu conta.
Renata escreve com muita fluência e domínio das palavras e nos leva a viajar em seu mundo tão doce e complexo, deixando-nos cada vez mais fascinados e curiosos. Basta ler o que escreve ou trocar algumas idéias com ela, que se descobre que ainda há muita coisa bonita e impressionante para nos presentear. Sim, sua presença e sua companhia são belos presentes que Deus nos dá e contemplar essa dádiva cabe a cada um de nós, pobres mortais.
Delicie-se nesta doce companhia e mergulhe com vontade nas palavras desta grande escritora que eu adoro e que será, com certeza, uma grande e famosa jornalista!
Adorei esse perfil que ela escreveu, mas é estranho pensar que a Rô me ache misteriosa! Ela é uma das poucas pessoas com quem eu passo horas conversando sem sentir o tempo passar. Ah, é ela que vai escrever o prefácio do meu livro, o dia que ele sair.
Se existe alguém que me inspira mistério da cabeça aos pés... seu nome é Renata.
Dotada de uma beleza singela e uma inteligência admirável, ela não é do tipo que se agrada com qualquer conversa. Seus papos têm conteúdo e são interessantes, por mais simples ou diferentes que possam ser: de filosofia a amores e corações partidos, todo assunto fica empolgante.
Por vezes, a bela moça parece estar em outro mundo quando se contempla seu rosto. Ela é pensativa, cheia de idéias, tem uma sensibilidade enorme e um coração maior ainda. Embora isso só seja fortemente perceptível convivendo um pouco mais tempo com Rê, são pequenos detalhes que a tornam especial.
Ela é generosa, amiga e bem responsável. Luta pelos seus sonhos, mas tendo cuidado de não se ferir. Talvez essa racionalidade exagerada a faça um pouco engraçada. Amar sem ter medo de sofrer, permitir que alguém tome conta do seu coração sem querer são coisas que não combinam com essa racionalidade. Só que todo ser humano tem uma parte que é pura emoção, que foge da razão e que se liberta sem pedir licença...
Tão calma, tão querida, não é possível acreditar que uma garota cheia de qualidades como ela tenha problemas. Mas, ela diz que tem. Ou quem sabe, até já superou e não se deu conta.
Renata escreve com muita fluência e domínio das palavras e nos leva a viajar em seu mundo tão doce e complexo, deixando-nos cada vez mais fascinados e curiosos. Basta ler o que escreve ou trocar algumas idéias com ela, que se descobre que ainda há muita coisa bonita e impressionante para nos presentear. Sim, sua presença e sua companhia são belos presentes que Deus nos dá e contemplar essa dádiva cabe a cada um de nós, pobres mortais.
Delicie-se nesta doce companhia e mergulhe com vontade nas palavras desta grande escritora que eu adoro e que será, com certeza, uma grande e famosa jornalista!
Saturday, October 06, 2007
Fim de ato
Eu avisei, só você não ouviu, ou não quis ouvir. Tava na cara que ia dar nisso. Mas você insistiu e eu assisti tudo de camarote. Sabia que você acabaria juntando todos os pedaços da intimidade com vergonha e claro, juntaria as roupas também. Não poderia esquecer de nada, já bastava a maquiagem borrada.
E voltaria para casa com a roupa da festa de ontem, por mais que estivesse cheia de bebidas que não lembra qual é, a sensação de vazio que carrega só aumentou. Depois senta e escreve alguma coisa, olha para a tela do computador e tenta se preencher. Ou abre a geladeira em busca de algo que ao contrário de celulites, alimentasse sua alma.
Você também sabia que ia acabar assim, você é esperta, sempre foi. Eu avisei, mas sei também, que até meninas espertas buscam em corpos esperanças e possibilidades. Então tá perdoada. Afinal quem nunca voltou para casa se sentindo um lixo? Ou melhor, uma lata de lixo vazia?
Sempre o vazio, né? Pensa, ao menos ele gosta de ti. Daqui um tempo você nem lembrará mais disso, deixará as lágrimas no travesseiro, voltará a pintar as unhas de vermelho, vai subir no salto, apertar o cinto, estufar o peito e passar a impressão de ser a pessoa mais segura de si, os outros vão até comentar... Você poderia ganhar o Oscar pela atuação de uma menina linda que sabe disfarçar o vazio como ninguém.
Mas lembra que eu avisei: ele só queria te comer. Como em enredo dos enlatados americanos que assistimos na sessão da tarde... Só que agora é fim de ato.
E voltaria para casa com a roupa da festa de ontem, por mais que estivesse cheia de bebidas que não lembra qual é, a sensação de vazio que carrega só aumentou. Depois senta e escreve alguma coisa, olha para a tela do computador e tenta se preencher. Ou abre a geladeira em busca de algo que ao contrário de celulites, alimentasse sua alma.
Você também sabia que ia acabar assim, você é esperta, sempre foi. Eu avisei, mas sei também, que até meninas espertas buscam em corpos esperanças e possibilidades. Então tá perdoada. Afinal quem nunca voltou para casa se sentindo um lixo? Ou melhor, uma lata de lixo vazia?
Sempre o vazio, né? Pensa, ao menos ele gosta de ti. Daqui um tempo você nem lembrará mais disso, deixará as lágrimas no travesseiro, voltará a pintar as unhas de vermelho, vai subir no salto, apertar o cinto, estufar o peito e passar a impressão de ser a pessoa mais segura de si, os outros vão até comentar... Você poderia ganhar o Oscar pela atuação de uma menina linda que sabe disfarçar o vazio como ninguém.
Mas lembra que eu avisei: ele só queria te comer. Como em enredo dos enlatados americanos que assistimos na sessão da tarde... Só que agora é fim de ato.
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