Essa semana foi de recomeços. O coágulo já se dissolveu e o
médico me deu alta total, estou liberada para trabalhar e me exercitar, também
não preciso mais usar anticoagulante. Segunda voltei para o serviço, porém
dança e pilates, deixei para o mês que vem, por puro receio. Às vezes, a perna
ainda incha... Durante esse tempo, entre dor, hospital, alta, repouso e
retorno, foram pouco mais de 40 dias e algumas coisas me chamaram atenção:
OraçãoÉ normal ouvirmos em algumas situações que as pessoas torceram pela gente, em época de vestibular, de arrumar emprego, de se acertar com o namorado, ter filhos, alguma mudança, essas coisas da vida... Mas quando a situação tem relação com saúde, o buraco é mais embaixo, a proporção amplia e o "torcer" é mais intenso, se torna "orar."
Acho que nunca tantas pessoas oraram por mim. De verdade, ouvi muito isso de familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos... De gente que nunca imaginei. A gente torce, vibra, deseja o bem para as pessoas, mas dificilmente fala.
É bom, claro que é, mas ao mesmo tempo isso tem um peso
danado. Que honra e responsabilidade estar na oração e na intenção dessa gente
toda. Isso foi uma coisa que me surpreendeu e ouvir isso, conforta mesmo e a
gente percebe que não está sozinho. Orar não deixa de ser uma maneira de estar
junto e como disse, isso tem um peso danado.
Medo
Descobri também que
sou uma medrosa. Sempre pensei que se tivesse algum problema para ter que ficar
em hospital, não suportaria. Mas o hospital em si, foi tranquilo, eles são bem
diferentes do que eu imaginava. E sei também, que os 10 dias de internação não
são nada perto de pessoas que ficam meses em hospitais e em situações bem
piores que a minha.Mas era a doença que me dava medo e acho que se fosse qualquer outra coisa, teria medo igual. Tremia muito na primeira consulta com o médico depois que tive alta, de nervosismo, ansiedade, sei lá... Também estava uma pilha de nervos antes da ecografia... E chorei litros quando o médico disse que teria que ficar internada. E cada vez que a perna doía, que apreensão!
Enfim, foram várias as situações que até podem ser engraçadas e dá para rir. Mas era muito medo. E tenho medo de ter trombose de novo.
Calmaria
E o melhor de tudo, foi o estado calmo que me encontrei durante esse período. Estou orgulhosa de mim! Tudo poderia ter sido pior se a Trombose tivesse aparecido em outra época, eu não teria lidado bem com a situação.
Estranho e ótimo, foi ter me dado conta de que eu não gostaria de morrer. E se percebi isso por que volta e meia penso em suicídio? (Sim, sei que o assunto é sério e lido com ele seriamente, me tratando e tentando ser forte quando a barra pesa, até agora tenho conseguido).Bom, mas isso é um assunto pra outro post com várias laudas.
O fato é que estou feliz, inclusive por ter me dado conta disso, não sei as respostas, mas tenho me questionado muito sobre o assunto. E penso que se essa história toda servir para me tornar uma pessoa mais ligada à vida, eu sai ganhando.