Minha mente tinha que ter um cabo USB que descarregasse tudo
que eu pensasse. Me pouparia o trabalho de escrever e a autocensura, mesmo
sabendo que muitos sairiam correndo sem uma edição prévia da minha cabeça.
O problema é que eu não tenho para onde fugir, tenho que
aguentar, meus anjos, meus demônios e todos os ecos que causam dentro de mim.
Gostaria de correr na velocidade do meu pensamento, para ver se passa, se
alivia tudo isso.
Deixa escrever sobre o subjetivo. Tudo e nada são subjetivos
e tudo é uma coisa só, não tem como fugir, não tem como escapar e não deveria
precisar de ninguém que esfregasse isso na nossa cara.
É tão caro, tão raro e tão óbvio e não percebemos. Enxergar
bem custa caro e não sei se faz um bem danado, nos isola e isso pode ser
enlouquecedor. Isolados somos obrigados a viver com as nossas multidões.
Deveria ser mais fácil, mais nítido e menos dolorido. Mas
não é, é dilacerante e temos que ir e ir e seguir em frente, dilacerados... O
que é bom, pois só com dor descobrimos o sabor, notamos as sutilezas, as
certezas e a essência.
Viver dói, VIVER MESMO, com todas as letras garrafais, com
contas para pagar e opiniões alheias não é fácil, mas é possível e é saimos ilesos.
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