Morando um tempo no exterior e estudando numa escola que recebe alunos de todos os lugares do mundo, pude conhecer pessoas totalmente diferentes de mim e uma das outras. Mas o mais incrível é perceber como, de uma certa maneira, somos iguais.
O mesmo percebi no mês que fiquei viajando pela Europa. Sem dúvida, as pessoas foram o mais interessante. É estranho é ao mesmo tempo, acolhedor, ter conhecido uma alemã que também adora o Jostein Gaarder. O mesmo senti ao saber que meu professor, Samuel, também lê os livros da Rosa Monteiro.
Eu tive uma colega eslovena, a Jana, que se parece muito com minhas amigas. Muito divertida, adora uma cerveja, ri alto, é inteligente e despachada. Poderia ser uma grande amiga, se vivesse mais próxima de mim.
Viajando, percebi que por mais clichê que seja, nossos sonhos são iguais, todo mundo deseja amor e paz, todo mundo quer ser feliz. Todos ficam estarrecidos com tragédias naturais como o terremoto do Japão ou barbaridades humanas como o absurdo que aconteceu na escola do Rio de Janeiro.
Em todos os lugares que fui, havia fila no banheiro feminino e mulheres do mundo todo reclamavam e perguntavam por que no banheiro masculino nunca há filas. Há placas para não pisar na grama e há as pessoas que pisam. Há lojas de marcas oficiais e ambulantes vendendo cópias idênticas na praça central.
Os mendigos também andam com cachorros do lado. Há liquidações de fazer filas em frente às grandes lojas. Tem pessoas estúpidas que furam fila, fumam em lugares proibidos, sentam nos lugares destinados para os idosos e são arrogantes em todos os lugares.
Às vezes encontrava um vegetariano e noutras, pessoas que me perguntavam como é possível viver sem carne. Conheci católicos, ateus, espíritas, protestantes e gente que se identifica muito com o budismo. Em muitas praças do mundo, há ciganas que querem ler a sorte e beatas que nos entregam panfletos com salmos escritos.
Nos postes de Barcelona, Paris, Berlim e Milão também há placas de cartomantes e afins que prometem trazer o nosso amor em três dias. Há lixos pelas ruas e ruas mal iluminadas. Há pais com filhos nos parques, aos domingos, aproveitando o sol e o tempo livre. Nos mesmos parques, há adolescentes aproveitando uma pseudo liberdade e fumando maconha embaixo das árvores mais distantes. Como os pais já fizeram, como os filhos irão fazer.
Há gente reclamando do tempo, da economia, do preço das coisas, dos políticos, dos jovens, dos velhos, do número de adolescentes grávidas, do trabalho, da escola. Conheci jovens do mundo inteiro e todos reclamaram do alto custo que é fazer uma faculdade, seja no Brasil, nos Estados Unidos ou na Coréia.
Viajar, também é caro, mas no mundo todo há pessoas que se lançam nessa aventura e acabam conhecendo não só o mundo, mas o melhor é o pior dele, a espécie humana.
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