Vamos aos meus dias no Rio de Janeiro. Dias inesquecíveis, diga-se de passagem, não só porque estava na cidade maravilhosa, mas porque tudo foi planejado por mim (lembrei da época que queria estudar turismo...). Fomos eu, a Giovanna (minha colega da pós) e a Ane, que conheci em Buenos Aires, no show da Madonna e nos tornamos amigas.
Ficamos no hostel Bonita Ipanema, na casa onde o Tom Jobim morou, há duas quadras da praia e há dois metros da rua Farme do Amoedo, reduto gay de Ipanema. Coisa que só nos daríamos conta dias depois.
Chegamos na quinta-feira de noite, debaixo de chuva e depois de um vôo que levava além da gente e meia dúzia de seres normais, uma excursão de professoras, todas vestidas de rosa, que foram até o Rio fazendo olá. Chegando no hostel, tinha carro de polícia na frente, porque um quarto tinha sido roubado e o hospede estava louco com isso... Bela recepção... Saímos para dar uma volta por perto e encontramos o meu tio, Miguel, que não via fazia anos. Na tal Farme do Amoedo, avistamos um bar cheio de gente do sexo oposto, não pensamos duas vezes e atravessamos a rua direto para aquele lugar que prometia várias pegadas. Só depois de sentadas e já com um copo de cerveja na mão, vimos que eram todos gays. Terminada a cerveja, caminhada até a praia e cama.
Na sexta-feira madrugamos, caminhamos na praia, tomamos café mega reforçado e fomos ao centro do Rio. Teatro Municipal, Museu de Belas Artes (que tinha monitores simpaticíssimos e competentes), Museu da República (que é o Palácio do Catete, onde o Getúlio Vargas morou), Biblioteca Nacional, Igreja da Candelária, Confeitaria Colombo (onde tem o melhor pastel de palmito que já comi) e arcos da Lapa.
Nesse dia andamos de ônibus e de trem, tudo aparentemente seguro. Os cariocas são super atenciosos com os turistas, sabem dar informação e nos ajudaram muitas vezes. De tarde ainda deu para pegar uma praia e ir até o Leblon. De noite fomos na Melt, um lugar no mesmo estilo do Café Segredo. Foi mais ou menos. Mais porque teve show com uma banda de pop rock, da qual faz parte o ator Marcelo Novaes, que foi muito simpático com todo mundo. E foi de menos porque tinha muita gente, mal dava pra respirar. Lá pelas 3h eu a Gi voltamos para o hostel, a Ane (mega baladeira) ficou lá até às 6h da manhã. Durante o dia ficamos impressionadíssimas com a quantidade de casais homossexuais que víamos em Ipanema.
Sábado, caminhada na praia, bondinho do Pão de Açúcar e Corcovado. Fomos cedo pegar o bondinho, na metade da subida me dou conta que as pilhas da minha máquina não estavam carregadas. Que coisa, sem fotos do Pão de Açúcar. Ainda bem que a Ane estava com a máquina dela. Tiramos muitas fotos, a vista lá de cima realmente é linda!!! Na volta o tempo começa a fechar e resolvemos voltar para o hostel e ir ao Cristo só de tarde, se o tempo abrir. Na volta, no ônibus roubaram a máquina da Ane e o dinheiro, de dentro da bolsa dela. Baixo astral geral, ficamos mal e isso nos fez lembrar que estávamos no Rio de Janeiro. Abolimos o ônibus e passamos a andar só de táxi, que não é caro. Pior, ficamos só com três fotos do Pão de Açúcar, que estavam na minha máquina e foram tiradas durante a subida do bondinho.
À tarde fomos à praia, deu pra ficar bem vermelhinha. De noite e já mais animadas, fomos para a Lapa, mais precisamente para o Rio Scenarium, um bar com roda de samba e pista de música eletrônica dentro de um antiquário. Parecia ser incrível, afinal a ideia era bem legal. Fomos cedo, às 22h já estávamos na fila. Fila que estava enorme e acabou com o meu humor. Só conseguimos entrar meia noite e meia e quando eu entrei, vi o lugar mais bizarro que já tive. Era uma parede de cada cor, cheio de cadeiras penduradas no teto, uns corredores estreitos, sofás mofados... Achei tudo de mau gosto. Gostei tanto que dei uma volta, fui no banheiro e meia hora depois estava dentro de um táxi, que não entendia como eu não tinha gostado do Rio Scenarium!? Como eu já tava irritada não expliquei. Foi a pior balada da minha vida, em plena Lapa, no Rio de Janeiro.
No domingo o tempo amanheceu tri nublado e adiamos, mais uma vez, a ida ao Cristo. Demos a tradicional caminhada na praia e passamos na Feira Hippie de Ipanema, foi lá que meu tio nos falou que a rua Farme do Amoedo era um tradicional e conhecido lugar GLS e isso explicou muita coisa. Foi ele também que nos falou que a favela que tinha na esquina da rua que estávamos e ficava totalmente escondida entre os prédios, era o Morro do Cantagalo, que é junto com o Morro do Vidigal, as duas únicas favelas que ficam na zona sul do Rio. Depois fomos à praia, mas antes das 13h já estava chovendo e não parecia que ia parar...
Resolvemos ir almoçar e passar a tarde no shopping do Leblon. E até eu que não sou uma pessoa consumista, adorei fazer comprar no Leblon, me senti... De tardezinha, a chuva persistia firme e forte, o que nos fez ficar no hostel, lendo, dormindo, falando com o povo... De noite, a Ane foi pra balada e eu e a Gi, que só gostamos de programas de velhos, fomos jantar no Leblon e depois passamos no Sindicato do Chopp em Ipanema para tomar umas cervejas. A Ane outra vez, amanheceu na balada. Essa foi sem dúvida a melhor noite no Rio. Nda de muito tumulto, de homem bêbado nos agarrando, de cabelo fedendo a cigarro...
Segunda-feira, nosso último dia. Acordamos cedo, café reforçado e táxi até o ponto para pegar o trem do Corcovado e ir até o Cristo. Foi de longe, o que mais gostei. Aquele trenzinho que sobre até o corcovado é tudo! Quando o grupo de samba entrou e começou a tocar “Cidade Maravilhosa”, me emocionei. De verdade, acho que isso mostra como realmente estou melhor. Até sambar, sambei, morro acima e tudo! Foi tri divertido. Chegando lá no Cristo, vimos muitos, mas muitos turistas num empurra-empurra danado. A tradicional foto de braços abertos com o Cristo no fundo foi impossível de tirar sem uns 10 desconhecidos atrás, fazendo a mesma posse. Turistas... O Cristo é lindoooooooooo e a vista de lá, mais ainda. Chegamos lá em cima com o tempo meio fechado, então chegamos a ver as nuvens se dissipando e a cidade surgindo lá embaixo. Foi muito melhor se o tempo estive o tempo todo aberto...
Na tarde praia e praia. Ipanema lotadíssima. Nem Tramandaí fica tão cheia. Não tinha mais cadeiras para alugar. E se não ficassem na beirada do mar, com as ondas o tempo todo vindo e levando nossas coisas para longe, tínhamos que ficar quase colada no calçadão, onde o povo mija e o fedor de xixi é insuportável. No nosso último dia conhecemos o significado do verso que diz “Rio 40 graus”. Suávamos loucamente na beira da mar. Saímos cedo da praia, fomos nos refrescar tomando banho (de chuveiro) e rumamos para Copacabana, jantar, caminhar na beira mar e ir na feirinha. Na volta, mais uma passada na praia de Ipanema, olhamos aquele mar pela última vez nessa viagem e conversamos com a Iemanjá, pedimos, entre outra coisas, pra voltarmos logo.
O pior do Rio? A sujeira na areia da praia. Horrível e lamentável. A gente tem que disputar espaço com latinhas de refri e cervejas, garrafas de plásticos, cocos, resto de comidas e cadeiras... Isso não precisava. Havia até pombas na areia. No meio do banho de sol, elas davam rasantes sobre as nossas cabeça.
Voltamos para o hostel, deitamos para decidir onde iríamos na nossa última noite, na acabamos pegando no sono com a porta do quarto aberta e tudo, luz acessa, de roupas, até que alguém de madrugada acordou e fechou tudo... Na terça, deveríamos acordar às 5h, pois às 5h50, o táxi nos pegaria para levar até o aeroporto. Mas acordamos, por milagre, às 5h40! Foi uma correria total e a Ane ficou sem a chapinha no cabelo. No aeroporto esperamos mais de uma hora, porque tinha escala em Curitiba e lá tinha muita neblina... Chegamos em Porto Alegre no início da tarde e quando avistamos nossas malas na esteira, tivemos a certeza de que a viagem tinha sido perfeita!!!! E foi!!!!
1 comment:
Olá, adorei o seu texto sobre sua viagem ao Rio de Janeiro. Acabo de voltar de lá. Fizemos quase os mesmos programas! Até ficamos no mesmo Hotel! Realmente aquele pedaço da praia é gay! Grande abraço!
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