Thursday, May 28, 2009

Os livros que sou

Tava com um texto prontinho pra colocar no blog, sobre mulheres e futebol. Mas antes de postar fui olhar o blog da Jac. Tinha um post superlegal, com o resultado de um teste que ela fez. Lia o resultado e pensava “ela é assim mesmo”.

Resolvi fazer o tal teste também, chamado “que livro você é?” Capaz que eu não ia fazer. E como nada se cria, tudo se copia, também coloquei o meu resultado no blog.

E eu empatei no final, seria dois livros! Não que eu seja uma pessoa que vive em cima do muro, aliás, se tenho uma coisa que não sou é indecisa, mas sim, há uma infinidade de possibilidades e isso me encanta, me intriga, me assusta...

Bom, nada de devaneios agora. Não li nem um dos dois, mas obviamente já estão na minha lista. Para ser bem sincera, nunca tinha ouvido falar de nenhum desses livros. Confesso que não gostei de tudo que li, mas segundo minha mãe, o resultado bateu direitinho e no meu “eu mais interior”, lia o resultado e pensava “pior é que sou bem assim!”

Segue os livros que eu seria e o link do teste tá no blog da Jac.

"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.

Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.

"O vampiro de Curitiba", de Dalton Trevisan

Descolado, objetivo e realista. Cult. Você deve se sentir mais à vontade longe de shoppings, da TV e de qualquer coisa que grite “cultura de massa”. Nada de meias palavras: a elas, você prefere o silêncio. Você não vê o mundo através de lentes cor-de-rosa, muito pelo contrário. Procura ver o mundo como ele é, entendê-lo, senti-lo. Às vezes, bate até aquele sentimento de exclusão, ou de solidão. Mas é o preço que se paga por ser um pouco "marginal". Não se preocupe, pois você atrai a admiração de pessoas como você: modernas no melhor sentido da palavra.

Em "O vampiro de Curitiba" (1965), Nelsinho protagoniza uma variedade de contos, nos quais ele busca satisfazer sua obsessão sexual vagando pelas ruas de Curitiba - paralelamente, esta cidade de contrastes se revela ao leitor. A temática e a forma já denunciam: este não é um livro para qualquer um. Tem que ter cabeça aberta para enfrentar a linguagem nua e crua de Trevisan, que é reverenciado pelo leitor capaz de driblar velhos ranços burgueses.

2 comments:

Jac said...

Re, que bom que gostou do post e da dica do teste. É, eu acho que meu resultado teve a ver. E o teu tb!

Vanessa Reis said...

Fiz o teste. Também deu empate, mas entre três livros, hehe. "Carmen – Uma biografia", de Ruy Castro; "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis e "Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade. Adorei!