Sunday, December 14, 2008

O encosto

Já se passaram bons anos, mas é incrível como tem épocas que lembro direto de você. Deve ser os espíritos de dezembro ou porque você entrou na minha vida em janeiro, “como um presente de natal atrasado”, se definiu, certa vez.

É. Eu era bem bobinha. Bem fácil de enrolar. Achava que um homem (!) de 21 anos nunca olharia para uma menina de 18. Ainda mais um homem (!) como você. Mas olhou e encarou, e eu nunca mais esqueci do azul do teu olho. Denso, profundo, escuro...

Você me tornou uma pessoa mais dura, mais desconfiada e um pouco triste, até. Aquele ódio que tinha por reprimir tudo o que sentia, passou. Só ficou uma magoazinha de quem nunca conversou para resolver a situação. Aquela magoazinha que tá lá no canto dela e só quando a gente cutuca a ferida, vem à tona, dando até nó na garganta.

Por que ainda lembro tanto de ti? Não te culpo. Se alguém errou, foi eu, que criei expectativas demais. Hoje eu compreendo e aceito que as pessoas não mandam nos seus sentimentos e, nem sempre o que elas dizem sentir são verdade.

Estou tão bem, que os 15 quilos que tu levou de mim, já voltaram. O tamanho da minha circunferência abdominal voltou a me preocupar. E ainda assim você continua na minha cabeça, depois de tanto tempo. Às vezes na rua, parece que te enxergo em todos os lugares. Até com outros homens eu penso em você. No que você está fazendo agora...?

Será que você se lembra de mim. Acho que não... Mas gostaria que você lembrasse. Só por ego. Sabe que eu não sinto saudade. Isso não é saudade. É um incomodo. Apesar da dureza, estou melhor agora. Queria até que você visse... Será que você me reconheceria?

Às vezes eu sonho contigo (ainda), acordo de noite e me pergunto se o teu telefone ainda tem o mesmo número...

1 comment:

Vanessa Reis said...

Vc descreve mto bem essas... hummm... coisas, da vida.
Abraço!