Tuesday, January 29, 2008

Quando não vale a pena

A história é simples. Num final de semana na Guarda do Embaú, eu e meus primos resolvemos conhecer o “famoso” Vale da Utopia. Famoso porque muita gente falava de lá, de como era lindo, tranqüilo, sossegado, astral, que o pessoal acampava, etc...

Fomos. Sobe morro, desce morro... Na maior expectativa pelo Vale, que a essas alturas, já chamávamos de Encantado. Caminhamos e caminhamos... Passamos por uma prainha pequena, com o mar mexido demais para banho, muita pedras. Sem sinal de gente por lá. Nada demais, apenas mais uma prainha. Seguimos.

Nos perdemos. Fomos sair na Praia de Cima, na Pinheira. Erramos o caminho em algum lugar, em algum morro... Nessas alturas, cansados, com sede, depois de horas de caminhada, tínhamos certeza de estávamos em busca de um Vale Perdido.

Como quem tem boca vai a Roma. Perguntamos para um, para outro. Caminhamos mais um pouco, subimos mais um morro e achamos o tal Vale. Que para a nossa surpresa, ou decepção, era aquela prainha pequena, com mar mexido. Nada demais.

Rimos com a certeza de que, na verdade, aquilo era o Vale das Ilusões. Não ficamos quinze minutos ali. Ao menos tinha uma fonte com água. E resignados, voltamos. Sobe morro, desce morro... Estávamos cansados, mas pior que o cansaço era a incomoda impressão de que não tinha valido a pena. Que o esforço foi em vão.

Passado alguns dias, mas ainda com dores nas pernas, fico pensando no nome do Vale, que só fui saber quando voltei de lá. Utopia. Não conheço alguém que não tenha gostado daquele lugar, só nos. Deve ter mais, com certeza. Mas gosto da Utopia. Porque na verdade, o que tornam as coisas utópicas, não é a realidade que vivemos e encontramos nas andanças pelo mundo. A utopia se esconde nas expectativas que criamos.

1 comment:

Anonymous said...

Ha ha ha!

Vale da Utopia, essa é boa!

Meu deus Rê, só de lembrar o quanto caminhamos me dói as pernas.

Ainda vamos fazer muitas trilhas que valerão à pena.

Bjos