touched for the very first time (Madonna)
Doeu, ardeu, sangrou. Não consegui parar de pensar, um minuto que fosse, no que estava fazendo. Era bom e eu queria, estava bem segura, mas isso não me impediu de pensar, na hora da dor, o motivo de estar ali.
Terminar antes da hora? Nem me passou pela cabeça, sabia que o final seria bastante prazeroso. E em alguns momentos a dor diminuía e eu até curtia. Era grande e era bom ser grande, mas pensava o tempo todo se o tamanho era o causador da dor e da ardência que sentia.
Ainda bem que ele era experiente, sabia o que estava fazendo e ao mesmo tempo, era preocupado e cuidadoso. Me perguntava se estava doendo ou muito rápido, se queria trocar de posição para ficar mais confortável...
Eu só mudava se ele pedisse, mas quando ia muito rápido e meu corpo se contraía por causa da sensação da pele estar rasgando, pedia para diminuir o ritmo. Às vezes, as mãos dele pareciam leves como plumas na minha pele, noutras, bastante pesadas e arranhavam, isso quando não colocava todo o seu peso em cima de mim. Tinha certeza que as dores no corpo no outro dia seriam inevitáveis.
Tentei prestar atenção nos barulhos, nas vozes e carros na rua, nos latidos perdidos de algum cachorro dos prédios próximos, na respiração dele, na trilha sonora que era bastante anos oitenta. Tocou Like a virgin, da Madonna, e fiquei pensando nos momentos que nos remetem as nossas primeiras experiências. Aquele era um.
Não era minha primeira vez. Comecei cedo, com 15 anos, aconteceu logo depois do meu aniversário. Mas foi só essa semana, onze anos e quase vinte tatuagens depois que me dei conta do quanto se tatuar pode ser dolorido e sofrido.
2 comments:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK muito bom guriazinha. Bj, Luis
Como sempre, ótimo texto...mas eu não pensei besteira viu...eu já sabia do que se tratava, hehehe.bjos
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