Abaixo tem umas frases do Caio Fernando Abreu. Sempre que eu estou mal, que eu não me entendo, que me perco em mim, recorro ao Caio. Ele sempre sabe o que se passa comigo, melhor que eu. Então eu me encontro, me entendo...
E me faz bem, parece uma luzinha minúscula no final do túnel. Parece que eu vou sobreviver, que eu vou sair ilesa, que realmente isso tudo vai passar. E eu penso, também, que talvez um dia eu escreva coisas que fazem as pessoas pensarem: “sim, tem saída. Apesar dessa canoa furada, sobreviveremos.”
“Vontade só de dormir, dormir muito, para nunca mais acordar. (...) Só tenho passado, o presente é esta viscosidade o futuro não existe. Ah, eu queria ter um objetivo na vida, uma coisa que sugasse todas as minhas forças, conduzisse todos os meus gestos e todas as minhas palavras. Não tenho nada, só este vazio.” Caio F.
“Cada vez mais frias, e os dias estão cada vez mais duros, e eu tento, tento tanto disfarçar essa dor no me peito e esse nó na garganta, mais chegou o ponto em que eu já não sou mais forte o suficiente, já estou consumida pelo desejo quase incontrolável de desaparecer, pra sempre.” Caio F.
“Um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim.” Caio F.
“E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua viva, há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo. Mas não se tem, nem se terá.” Caio F.
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