Thursday, August 19, 2010
Gaarder, pós... Realidade
Coisas acontecem. Coisas inimagináveis e felizes, apesar da saudade imensa que sinto de alguém e de uma certa tristeza que anda me fazendo companhia... Entrevistei o Jostein Gaarder terça-feira e hoje acabei minha pós graduação.
Há uns 10 anos, eu li o famoso O Mundo de Sofia, que está na sua 35ª edição (!), escrito pelo norueguês Jostein Gaarder. Eu li boa parte desse livro no recreio do colégio, enquanto minhas amigas se preocupavam em ficar com algum guri, eu lia filosofia. Naquela época, essa era a única opção que eu tinha pra não passar o recreio sozinha, meninas que gostam de ler não chamavam muito a atenção.
Há 10 anos, eu ainda via minha timidez como um empecilho para ser jornalista. Nesse tempo todo, sabe-se lá como, meus pais conseguiram pagar uma faculdade pra mim e eu me tornei jornalista, apesar de quieta e tímida. E depois do Mundo de Sofia, eu li tudo do Gaarder que me caia nas mãos. O Dia do Coringa é o meu livro preferido, ele é o meu escritor preferido.
Sempre que pensava nas pessoas que gostaria de entrevistar um dia, sempre pensava no Gaarder. Mas claro que isso era distante demais, assim como me formar e fazer uma pós graduação.
Por isso essa semana foi muito feliz. Depois de um ano e meio, terminei minha especialização em Sociologia, com o orgulho de ter pago toda a pós. E terça participei de uma coletiva com ele, o Jostein Gaarder, que estava em Porto Alegre, participando do Fronteiras da Educação, um evento que discute educação (óbvio) com professores. Um dia antes, liguei para UFRGS e me credenciei para cobrir o evento, se ele topasse, falaria com a imprensa antes da palestra. Foi assim, fácil.
E ele topou e é tri gente fina, fala rápido e se empolga facilmente. Eu fiquei tão atarantada que esqueci dos meus livros pra ele autografar dentro da bolsa... Também não levei o gravador, mas consegui dar parabéns pra ele (ele também nasceu no cabalístico 8/8). Fotos não podiam ser tiradas durante e entrevista, só tirei uma, dele sentadinho esperando ser chamado pra subir no palco. Nessa hora, pensei em pedir os autográfos, mas isso era tão pequeno perto do sonho que estava realizando, que nem fiz questão... Sei que ainda o encontrarei.
Não assisti toda a palestra, tinha que trabalhar e também não precisava, já tinha visto que o Gaarder parece um ser humano normal. Parece, mas não é. Nem um senhor com tamanha inteligência e entusiasmo pode ser normal num mundo tão apático. Ele é daquelas pulgas que ficam nas pontas dos pelos dos cachorros para verem o mundo.
E hoje, sai do trabalho e fui apresentar minha monografia, sobre a manipulação da mídia. Em nada lembrou a minha banca do TCC da faculdade, nem mesmo estava nervosa. E adivinhem? Tirei 10!
Neste momento, estou cansada e feliz, com o passar do tempo o impossível vai se tornando fácil, parte da vida, por mais incrível que isso pareça. A jornalista, especializada em sociologia, que entrevistou o Jostein Gaarder é a mesma menina que lia no recreio por falta de companhia. Hoje sei, que eu estava muito bem acompanhada, pois eu sonhava.
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1 comment:
Parabéns Rê!
Muito bom saber que você ama o que faz e está feliz.
Bjos
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