De todos os defeitos que eu tenho, o pior de todos (pra mim) é não falar. Eu não falo. Eu não sei falar. Nunca soube. E isso, às vezes, me mata.
Apresentação de trabalho na escola, na faculdade, sempre foi um caos! Na aula de inglês, de espanhol, de italiano... Sempre é ruim, sempre me sinto desconfortável. Cansei de chegar na psicóloga, sentar na frente dela e falar “eu não gosto de falar”, e passar a sessão toda olhando pra ela, gastando meu dinheiro, meu tempo e com a cabeça e o coração explodindo.
É horrível. Muitas vezes penso que o nó na garganta que sinto é das coisas que deveriam sair e não saem. Talvez até o peso nos ombros sejam o peso das palavras...
E falar sobre o que eu sinto então? Hahahahahaha, não consigo, não sai. O problema é que eu fico me torturando, me travando, numa ansiedade louca. Não dizem que não verbalizar os sentimentos acaba em câncer? Então, eu já sei até o que vai estar escrito no meu atestado de óbito.
A psicóloga sempre diz que eu tenho que falar, que se eu falasse metade dos meus problemas desapareceriam, que as coisas que eu sinto não são apenas “problemas meus”, que as pessoas tem que saber. Mas aí eu respondo que eu gosto de escrever. Ajuda, mas não compensa, eu sei.
É hoje, com tudo o que eu tô sentindo, com todas as coisas que estão acontecendo, eu queria tanto conseguir falar!
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