Quase passo desta pra uma melhor (ou pior) no final de semana. Sexta de madrugada, estava voltando de Porto Alegre, com mais duas amigas, quando batemos o carro e ele capotou. Não, não estávamos bêbadas. Eu estava atrás e sem o cinto de segurança.
Só pensei em duas coisas: “Vou me quebrar toda porque estou sem o cinto”, quando o carro começou a virar e “vou passar o resto da minha vida fazendo plástica pra arrumar o estrago no meu rosto”, quando ele parou de capotar, eu abri os olhos e vi a quantidade de vidro que tinha caído em mim.
Mas por milagre, não me quebrei e nem a casquinha do único arranhão que tive no nariz existe mais. Sim, só tive um arranhão no rosto. E claro, alguns hematomas pelo corpo. Nem a minha cabeça dói mais. No sábado doía até para piscar.
As gurias que estavam comigo também não se machucaram, nadinha. Todos que viram o acidente falaram que era um milagre estarmos vivas. Meu tio disse que não conhecia uma pessoa que tivesse sobrevivido à capotagem de carro. Agora ele conhece três.
Óbvio que tenho consciência de tudo de ruim que poderia ter acontecido e do milagre que aconteceu... Mas a minha vida não vai se dividir em antes e depois do acidente. Eu já ando reclamando dessa chuva que não para, da minha permanente falta de grana, da falta de tempo, das viagens que ainda não fiz... Tudo como sempre foi.
Mas não sou uma ingrata, muito pelo contrário. Posso continuar reclamando de tudo, porque sou humana e com toda a mediocridade que essa condição contém. O que ficou foi a certeza de que a gente tem que viver o melhor possível, fazer tudo o que tiver vontade e não ter medo de ser feliz. É clichê? É. Mas uma das melhores coisas da vida são clichês.
Ter um blog, escrever que devemos fazer tudo que temos vontade é um baita clichê. Eu não vou fazer tudo o que tenho vontade. Algumas coisas requerem a grana que eu não tenho, outras são malucas demais e as piores, dependem unicamente da minha coragem. Eu quase morri, mas infelizmente, continuo covarde. Esse acidente não me matou, mas me trouxe uma torturante consciência que às vezes eu deixo de viver.
2 comments:
Oi Renata! Eu também sofri um acidente de carro recentemente. E mudei muito depois disso. Fiquei muuuito mais responsável. Talvez tenha mudado por que sofri muito com o que aconteceu... Quase morri, tive hemorragia interna, rompimento do intestino e fraturei uma vértebra. Fiquei 1 mês sem conseguir andar ou sentar, de tanta dor. Mas finalmente tudo passou, estou viva e andando normalmente. Ficaram as muitas cicatrizes e uma graaande reflexão da vida. Do que fazer para ser uma pessoa melhor e aproveitar cada segundo concedido por Deus...
Mas pra mim uma das lições básicas que tento passar a diante é o uso de cinto de segurança no banco traseiro. Graças à Deus você e suas amigas "não precisaram" dele, mas foi o que salvou minha vida. Apesar de tudo o que aconteceu comigo, se eu não estivesse de cinto no banco de trás, certamente não estaria aqui... Então se puder, passe a diante também. O cinto não incomoda e pode se tornar tão usual quanto o cinto dianteiro. É isso... Palavras de uma abençoada para outra! ;)
Diga ao teu tio que sou mais uma sobrevivente. Tb já capotei o carro, que teve perda total. Eu estava dirigindo. E estou aqui. A lição que tirei disso? exatamente tentar viver o máximo possível sem deixar as coisas pra depois. E tb, nunca andar sem cinto de segurança viu? Sempre que eu pego carona, a primeira coisa é o cinto! :)
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