Monday, August 03, 2009

Passado

O Marcello, meu primo de Florianópolis, me mandou um e-mail pedindo ajuda pra fazer a árvore genealógica da família, pegar os dados do povo daqui. Como gosto dessas coisas, adorei a idéia. E pensei que seria divertido e trabalhoso. Só que tá sendo bizarro... e trabalhoso!

Minha mãe não tem certeza do nome do avô dela! Fora os tios, os primos que ninguém sabe “que fim levou”. Está sendo engraçado ouvir as histórias. Tenho um bisavô que vivia preso durante a segunda guerra porque quando bebia demais, falava bem do Hitler.

Tem um irmão da minha avó que teve o armazém mais conhecido de Esteio. Só que as pessoas não lembram o nome do cidadão. E meu avô tem vários irmãos de criação, só que a maioria morreu e ele tá fazendo confusão de quem é irmão legítimo, quem é de criação. Fora que quando eu ligo para os meus tios avós (cruzes!), eles começam com histórias e mais histórias, mas as informações que eu preciso, não lembram.

Tirando o divertimento momentâneo, me dá medo. Fico me perguntando em que momento as pessoas se perdem? Não só famílias, tios, primos. Amigos também. Por que algumas pessoas são extremamente importantes em algumas fases? Por que com o passar do tempo as pessoas vão ficando pra trás?

Parece que não conseguimos administrar tudo que a vida nos trás. Emprego, faculdade, amigos, namoros... fora as mudanças que acontecem. Dá a impressão que não cabe todo mundo numa vida só. Ou analisando de uma maneira bem prática, não temos tempo pra conviver com todo mundo, aí conforme as coisas vão acontecendo, as prioridades e as pessoas vão mudando.

Mas é estranho pensar que daqui alguns anos as pessoas que fazem parte da minha vida hoje, podem estar só na lembrança. E vão estar. Como a minha amiga Gabi está. E isso era impensável há uns três anos atrás. Às vezes eu me pergunto como a ela está. Daqui uns anos vou me lembrar dela e pensar “que fim levou a Gabi?”

E nós? Que fins irão nos levar?

1 comment:

Miguel Jr said...

É Rê, não sei se é engraçado ou triste. Espero não me tornar uma lembrança distante na tua vida. E o texto bom como sempre! Bjos