Wednesday, August 13, 2008

Percepções

Exatamente um mês depois da minha formatura, uma grande amiga vai se casar. Apesar da amizade, ela não vai na minha formatura, nem eu vou no seu casamento. Fiquei tri feliz quando soube do casamento. E sei que ela também está tri feliz com a minha formatura.

Estudamos juntas desde a sexta série, ela foi a primeira amiga que fiz quando troquei de colégio. Tocávamos na banda do colégio. Éramos do grêmio estudantil. Vivíamos uma na casa da outra. Dividíamos segredos e claro, fizemos juras de amizade eterna.

O que aconteceu? O tempo passou, terminamos o colégio, pessoas foram surgindo, coisas nos surpreendendo, cada uma seguiu seu caminho. Ficou um monte de lembranças boas e um baita carinho, o que faz eu me referir a Paula como uma grande amiga. Claro que nos falamos pelo orkut, msn, mas não algo tão constante e presente como foi um dia. Sabemos que fazemos parte do passado.

Tenho uma grande amiga que foi morar em Curitiba. Nos conhecemos no meu primeiro emprego, onde eu fiz muitas coisas, menos trabalhar de fato. Já partilhamos muitas risadas, passamos o revéillon juntas, encaramos uma excursão onde tudo deu errado e quando eu fiquei mal, ela foi a única que me aturou.

Talvez a Ana volte, talvez não. O que sabemos é que nada vai mudar. Nós falamos quase todos os dias pelo msn, como era antes dela ir. Estou sem companhia para sair e para as eventuais caminhadas nas tardes de domingos! Mas ganho a possibilidade de conhecer Curitiba! Assim que der vou visitar a Ana.

Estranho como a percepção que temos das nossas amizades mudam com o tempo. Se a Paula me falasse que ia embora, mesmo se fosse para a cidade vizinha, meu mundo teria desabado. Com 12, 13 anos achamos que aquela pessoa que senta na classe do lado na aula, fará parte da nossa vida toda. Não admitimos a possibilidade de que surgirão outras pessoas.

Com o tempo isso vai passando. Conheci a Ana com 17 anos, já fazia jornalismo e ela já queria ser engenheira. Nunca sentaríamos uma do lado da outra na aula. Não nos veríamos todos os dias. Ela tem a turma dela e eu a minha. É mais fácil aceitar que as pessoas que, provavelmente, estarão com você por boa parte da vida, nem sempre estarão presentes o tempo todo.

Por isso o mundo não caiu quando a Ana disse que ia para Curitiba. Sabemos que nada vai mudar. Assim como a vida me afastou da Paula, que era tão parecida comigo! Me aproximou da Ana, que é tão diferente de mim! O bom é se dar conta dessas percepções, saber que a Paula está guardadinha num monte história bacana que tenho para contar e que a Ana vai me ajudar a escrever as páginas em branco.

1 comment:

Memórias & Recordações said...

Pois é Renata... O pior erro é deixar os amigos para viver em função de um relacionamento. Eu digo isso com toda segurança! Uma relação, um casamento pode acabar mas as amizades não podem ser perdidas NUNCA.
Porque lá na frente, a gente percebe o quanto perdeu, dando prioridade à coisas, à pessoas que não são tão merecedoras assim dessa privação.