Tuesday, March 25, 2008

Presente de aniversário

- O que é isso?
- Teu presente! Eu... Ou o melhor de mim... Tá, eu sei que você não gosta muito dessas coisas, mas o que eu faço de melhor é escrever.
- Isso eu sei.
- Na verdade queria te dar um livro, mas estava em dúvida entre o “Pequeno Príncipe” e o “Kama Sutra”. Então achei melhor eu mesmo escrever essa história. Que eu conheço bem, diga-se de passagem.
- Uma vez tu meu deu um texto... Num blog que tu tinha...
- Aham. Foi de 27 anos, se eu não me engano. Quando o escrevi, pensei que quando tu fizesse 40 escrevia um livro para você. Se tu já era charmoso com 27, com certeza seria um quarentão ainda mais. E seu eu desse o mesmo nome daquele texto e lançasse no dia 25 de março, você não teria dúvidas que é para você.
- E sobre o que é? Fala de algo que aconteceu...
- Da gente, se é isso que você quer saber. Da faculdade, da atração toda, do sexo, do sentimento, dos e-mails imensos, dos chiliques, das escadas, de todas as coisas que eu nunca entendi... Mas algumas eu enfeitei, outras encurtei.
- E como termina?
- Como deveria, cada um tocando sua vida, mas tendo suas recaídas. Sabe, sempre que imaginava escrever sobre nós, achava que no fim tu ia se apaixonar por mim. Mas não consegui... Não seria a nossa história se tu tivesse se apaixonado por mim.
- Mas ao menos nos sempre fomos amigos. E tu sabe que eu me preocupo com você. Você nunca foi uma qualquer pra mim.
- Que belo consolo. No fundo, sempre tive a impressão que você gostava do fato de eu gostar de ti...
- Hehehehe, quem sabe. Só o tempo vai dizer... Tenho que ir. A fila tá grande.
- Quem diria né? Fila de autógrafos do meu livro!
- Parabéns! Você conseguiu, é uma escritora conhecida.
- Nem tudo eu consegui... Vai, que com certeza deve ter uma loira-aguada-e-sem-sal te esperando em algum lugar.
- Ai meu Deus...
- Posso só te dá um abraço, aquele que eu queria ter te dado quando estudávamos juntos... De amiga!
- Pode. Mas não me provoca!
- Ah, tá! Até parece que você é um santo e nunca me provocou.
- Eu!? Imagina. E o abraço?
- Então tu quer um abraço. É você que deveria me abraçar, eu que estou lançando um livro...
- Mas é eu que estou de aniversário!
- Feliz aniversário!

“O amor é o amor, mas pode também ser um simples ardor, uma cócega profunda no homem ou na mulher. Se o prazer é superficial, enjoativo como todas as coisas apenas superficiais, só depois é que se vai saber ou comprovar ou entender. Quem é capaz, portanto, de dizer que não houve prazer, que o calor não esteve ali o todo tempo, nele e nela, naquele frio orgástico que eriça as peles?” Flávio Tavares.

1 comment:

Memórias & Recordações said...

AMOR PLATÔNICO um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia.
Os indivíduos mais tímidos, introvertidos, que sentem uma maior dificuldade de aproximar-se do objeto de amor, por insegurança, imaturidade ou inibição do ponto de vista emocional.
Mas ainda sim , com a nobreza de tal sentimento.
Liziane