“I'm so happy
'Cause today I've found my friends
They're in my head”
Lithium - Nirvana
Elvis não morreu. E irá tocar no Brasil em outubro, a turnê Elvis in Concert vai passar por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Na capital paulista, haverá um show extra, pois os ingressos para a primeira apresentação já estão esgotados.
Se tem uma coisa que eu gosto, é de ir em shows, é uma das poucas coisas que pago o preço que for e não reclamo. Adoraria ir num show do Elvis Presley, imagina cantar Suspicious Minds com ele? Mas dessa vez não irei. Infelizmente, contrariando a lenda, o Elvis morreu antes mesmo de eu nascer.
O que virá ao Brasil em outubro é a mais avançada das tecnologias com projeção holográfica, telões gigantes e áudio remasterizado. Tudo isso irá torna o show mais realista, impressionante e o morto mais vivo que nunca. Um salve para a tecnologia e para o show business, mas esse tipo de espetáculo não me pega.
Quando soube da possibilidade de ressuscitarem grandes astros com holografia, pensei: “se rolar um show do Nirvana, eu vou. Ver o Kurt Cobain, de pertinho, cantar Lithium, Come as you are, About a girl... e daí que é faz de conta?”
Mas não rola né? Justamente por ser fã do Nirvana, que não conseguiria ver o Kurt num telão. O Cobain holográfico seria do começo da década de 90, mas como seria o músico quarentão se ele tivesse suportado a vida e não tivesse se matado? Imagino um Kurt Cobain lindo, maduro e profundo, com a voz mais rouca e menos cabelo.
Por esse, o Kurt de verdade, eu pagaria o preço que fosse. Provavelmente, pelo Elvis também. Sou muito resistente a vincular arte com negócio, but business is business e mega shows mexem com milhões de dólares, por que não trazer de volta artistas que foram cedo demais e ainda tem um público cativo? Por que não assistir a um espetáculo assim?
Porque, para mim, um espetáculo desse tipo, por mais que haja um baita planejamento por trás, depende muito do improviso, do inesperado. Emoções e sensações não podem ser produzidas por tecnologia. Eu me nego a aplaudir um Elvis no telão, aplaudiria de pé o idoso que ele seria hoje.
Enquanto escuto os mesmos CDs de sempre do Nirvana, a voz rasgada do Kurt diz que ele está feliz e desejo que ele e tantos outros artistas geniais virem lenda, pó, estátua, borboleta, qualquer coisa, menos projeções holográficas.
1 comment:
Eu ainda acho que tu iria!!! E qq coisa, o tio te leva, rsrsrsrs... Tiano
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