Estava lendo a matéria de capa da Donna ZH, sobre as heranças sejam materiais, comportamentais ou emocionais, que as mães deixam para as filhas. Sou a cara da minha mãe, só que desbotada. E tenho um anel que ganhei quando fiz 15 anos, lindo, de ouro branco com uma pedra verde, foi o anel de noivado da minha avó, que a mãe ganhou com 15 anos, também. E para aí a minha lista de coisas herdadas da mãe.
Somos bastante diferentes. Até uma marca de nascença dela foi para o corpo do meu irmão. Além do anel, estão comigo um livro de receitas e um travesseiro que eram da avó. E volta e meia escuto que sou igual a dona Helga. Minha avó era alemoa, do tipo que no segundo gole de vinho já começa a corar. E eu herdei isso dela.
Isso e o gosto por jasmim, por doces, por melancia, por cozinhar, por esmaltes cor de rosa. De todos esses itens, o único que minha mãe compartilha é o gosto por doce, mas só comê-los. Para minha avó, a diversão começava na hora de fazer. Para mim, ainda bem, também.
Essas são as coisas que lembro, mas tem o que não me dou conta, geralmente manias, coisas que quando percebo, minha mãe está me observando. O jeito de passar o batom, uma ou outra coisa que faço quando estou cozinhando, a maneira que leio o jornal... Às vezes ela fala coisas do tipo “a mãe ia adorar te ver assim” ou “criticava tanto a mãe por isso e a minha filha é igual.”
Elas eram super ligadas. A mãe era a única filha de sete filhos e por todas as coisas que aconteceram com a mãe, dava para ver como a ligação delas era grande. Todos os dias, todos, a mãe ia na casa da avó, nem que fosse por alguns minutos, mas sempre passava lá. Foi assim até a dona Helga morrer.
Talvez eu ser tão diferente da mãe e tão parecida com a minha avó, seja além de herança, um presente, para nós três.
1 comment:
Tu é a cara da dona Elaine com o jeito da dona Helga. Fato. Bj, Dê
Post a Comment