Então ano novo, qual é a tua? Já passaram três dias e estou te achando com cara de tudo igual. Aliás, me segurei para não escrever no dia 1º, corria o risco de fazer listinhas bobas com desejos e promessas que não se sustentam nem até o quinto dia útil.
Mas, teremos que conviver até que tu acabe em um ritual com fogos de artifícios, programas especiais na televisão e simpatias para atrair amor, dinheiro, emprego... Por quê? Por que essa necessidade do ser humano de ritos de passagem, de demarcar o tempo como se fosse algo concreto?
É por causa da nossa incapacidade de lidar com a infinitude do tempo e com a finitude das coisas, das pessoas, da vida, que você existe ano novo. É porque eu gosto de escrever e uma tela em branco é como um palco que se pode tudo, que estou conversando com você. Como se em algum lugar o jovem ano novo me lesse e o grande senhor tempo, também. E, quem sabe um dia, me mandem as respostas.
Talvez seja importante pensarmos em blocos de 12 meses, ao menos é um período razoável para tentar alguma coisa. Se der certo, o ano foi uma maravilha. Se der errado, ano que vem tudo será diferente e melhor. Simples, assim. O tempo, macaco velho em artimanhas e armadilhas, deve se divertir um bocado com as nossas esperanças, desejos e promessas renovadas a cada final de dezembro.
De todas as coisas que ouvi na noite do dia 31, a mais original foi de uma tia, que me disse: “por favor, não entra em parafuso esse ano”. Fiquei pensando nisso, é um desejo bem diferente, duvido que ano que vem ela vá me falar a mesma coisa.
Então 2012, olhe e ajuste com cuidado os meus parafusos, mas se caso for necessário para minha evolução dar uma surtada, pode se distrair um pouco. Afinal, eu vou me virar né? Nem eu, nem você pensamos que chegaríamos até aqui.
No comments:
Post a Comment