Dói. Parece que arrancaram um pedaço de mim. Choro metros cúbicos quase que diariamente. Em qualquer lugar e fazendo qualquer coisa. Durante o serviço, na rua, no ônibus, no banho, pagando uma conta, lendo, num bar com os amigos...
Dá aquele nó na garganta e os olhos se enchem de lágrimas. Dá uma saudade, uma vontade de estar junto. E um medo danado de nunca mais estar. Então eu choro, ou disfarço, mas sempre me surpreendo: como, apesar de tudo isso, ainda continuo em pé?
Eu sigo, me arrastando, aos trancos e barracos, mas tô firme e em pé. Não sei se as pessoas percebem apenas “mais uma pessoa em pé”, ou se elas notam que falta algo, “uma pessoa pela metade, que apesar do buraco permanece em pé”.
Eu vou, me arrastando, mas vou. Tem coisas pra fazer, textos para escrever, livros para ler e uma agenda lotada para não ter tempo de lembrar, apesar de que eu nunca consigo esquecer, nem por segundos. Nem no meio de risada, quando eu me acho quase feliz de novo. Quase.
Quase. Mas tem o vazio, a saudade, o nó, o choro, o medo e o nunca mais rindo o tempo todo da minha cara. E tem eu, em pé, pensando que nunca mais não existe. Nem o sempre. Mas não me importo, porque queria mesmo é agora.
Acho que vou no médico pedir um remédio pra dor. Vai que um dia eu caia de vez... Ou num psiquiatra para ele me distrair do vazio... Eu sei que viver, às vezes, dói. Mas não precisava ser sempre tão sofrido.
“Te quero muito. Ficar junto e respirar...”
Nando Reis
1 comment:
Isso explica porque tu anda tristinha?? Vamos beber Rê!!!!!!!!!!!
Bj, Cris
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