Às vezes eu estou tri bem. Às vezes eu estou tri mal. Ando bipolar elevado ao cubo. Bom, o fato é que volta e meia, entre um compromisso e outro, preciso correr pra me esconder pra poder chorar em paz.
Passa logo e minutos depois já estou leve e dando risada, mas na hora parece bastante desesperador. Hoje isso aconteceu duas vezes. No restaurante, antes de almoçar, fiquei uns 10 minutos chorando compulsivamente no banheiro.
E depois foi na rua, em Esteio, indo para o pilates no meio da tarde. Esteio é a segunda menor cidade do Rio Grande do Sul em território. Três vezes por semana eu praticamente atravesso Esteio para fazer pilates. Nesse caminho, de poucas quadras, tem uma igreja (que eu não sei qual), com uma placa escrito “Deus é Amor”.
Em alguns dias, tem um pastor falando alto num microfone, por várias quadras é possível ouvir. Nunca vi muitas pessoas lá dentro, apesar do rapaz que fica na porta, convidando todo mundo que passa na rua para entrar.
Hoje, ele não me convidou. Eu própria entrei em disparada, tava na rua e deu uma vontade louca de chorar, só que Esteio não tem shopping ou praças que dá pra gente se esconder... Só tinha aquela porta aberta que me dizia que Deus é amor.
Entrei e chorei, chorei, chorei. O tal pastor parou de pregar a palavra do Senhor e ficou me olhando de boca aberta. Não tinha mais ninguém na igreja. Depois de alguns minutos chorando loucamente, sequei minhas lágrimas, pedi desculpas e fui, seguir o meu caminho.
O pastor perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim. Ele me falou que o diabo tinha acabado de sair do meu corpo. Que poderia voltar sempre ali e que nunca mais choraria porque Deus é amor.
Mal sabe ele, que o diabo está aqui, apertando a minha garganta e me fazendo chorar de novo. Deus é amor sim, mas é a saudade o que é? O caminho do meio, o purgatório?
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