Monday, February 01, 2010

Jamais visto




Sabe quando as coisas acontecem sem nenhuma pretensão e acabam se tornando uma das melhores coisas que a gente já fez? Ou quando a gente quer fazer uma coisa, mas pensa em desistir mesmo não querendo? E quando a gente fica feliz só por estar num parque de diversão com pessoas bacanas e sabemos que teremos lembranças incríveis desse dia?

Então, no final de semana anterior eu fui para o Beto Carrero e tudo que descrevi acima aconteceu nessa trip. Primeiro porque a ideia nasceu do nada, sem pretensão nenhuma, numa janta com amigos. Segundo porque estava atolada de trabalho devido ao Fórum Social Mundial e no dia da viagem pensei mil vezes em não ir. Terceiro porque tudo foi incrível, uma sintonia jamais vista.

Éramos seis: três meninos e três meninas ou um menino, dois gays e três meninas, ou dois morenos e quatro loiros ou ainda uma jornalista, um professor de inglês, dois engenheiros químicos, uma estudante de educação física e um estudante, também pode ser cinco de 20 e poucos anos e um adolescente... Como quiserem, mas todos parceiros (SOPA*!).

Fomos de excursão (era indiana, né?!), sentamos bem no fundão, pois o restante do ônibus era dominado por famílias levando a prole para o maior parque temático da América Latina. Claro que fizemos a maior zoeira, apesar da cerveja e da champanhe ficarem esquentando no bagageiro. Por isso, só nos restou atacar a mochila do Flávio e devorar os amendoins.

No parque, farra total, ninguém se estressou com ninguém, para a surpresa de todos. É difícil seis pessoas, que pouco se conhecem, viajarem e passarem o tempo todo juntos. Fire whip? Sopa. Elevador? Sopa. Big Tower? Sopa. Tchibum? Sopa. Até o fato de passarmos o dia todo encharcados virou piada. E uma hora e meia na fila do trem-fantasma? Ninguém perdeu o senso de humor.

Claro que no final do dia estávamos exaustos. No hotel: decide quem dorme com quem e deixa o quarto no andar mais baixo pra quem tem pânico de elevador. E põe as bebidas pra gelar. E tem gente que tem pique pra balada. E vamos tomar a champanhe quente mesmo. E grita na sacada e brinda e grita na sacada e derruba champanhe e brinda. Os guris se foram. Às 5h da manhã acordei pensando “será que os guris chegaram e eu não ouvi?”. Uma hora depois eles chegam. E contam tudo, a balada, o sushi man, quem pegou quem... Até que um ficou mudo. Capotou.

No outro dia, só dá tempo de passar na farmácia antes de entrar no ônibus e encarar a volta. Escondemos as cervejas no frigobar. Dormimos, comemos, dormimos, comemos... Cadê nossas cervejas? Chama o Kelvin (o guia que parece ser o namorado perfeito e já foi mais de 100 vezes para o Beto Carrero). Depois de muita conversa, mudamos a impressão que o guia tinha da turma do fundão.

Na noite de domingo chegávamos em Porto Alegre com a certeza de que a indiada foi perfeita, que a galera é parceira e Buenos Aires nos espera. Ah sim, os pais que estavam na excursão nunca mais vão achar que ir para o Beto Carrero é um programa família, afinal nunca se sabe quem vai sentar no fundão do ônibus.

Eu cheguei em casa podre, mas certa de que entre uma semana e outra de trabalho intenso, esse final de semana era a melhor coisa que poderia ter acontecido. As cervejas acabaram com o pai da Vanessa. Tirando a tosse do Xan e a gripe da Dani, ninguém teve maiores problemas com as roupas molhadas.

A única dúvida que eu tenho é aonde foram parar os saquinhos de Trink? A última vez que vi foi em cima da cama, no hotel. Ah, outra dúvida que me ocorre agora: será que dona Rosa (a entidade espiritual, mentora da viagem) já voltou de Miami?

*SOPA = Sou parceiro (a)

2 comments:

Alexandre Camilo said...

aaaaaaaaaaai, que delícia ler isso meu bem!

adoraaaaaaay.com e vou dar um update no meu blog pra linkar esse teu texto maravilhoso, que deu um banho no meu!

foi tudo especial. ri lembrando de cada coisa que tu escreveu. impressionante como nos demos tão bem sem termos uma grande afinidade e intimidade antes, né?

ah! os trinks ficaram com flavete!

uahuahauahuahauha

Jac said...

Sopa é um termo universalmente utilizado entre pessoas parceiras. Adoro hehe