Tuesday, August 14, 2007

E agora?

...aconteceu!
Não podia me envolver, não queria me apegar, não era para criar expectativas. E sempre deu para perceber que você também não queria se envolver e se apegar. Tudo tranqüilo, só curtição... Confesso que não queria. Ah, sei lá, nunca fui de ficar, mas porquê não, se é só curtição? E também porque sempre pensava que seria só mais uma vez.

Você não se envolveu e não se apegou como tinha que ser, mas eu me apeguei e me envolvi e agora eu tenho que fazer de conta que estou ótima e que era só curtição. E era. Até perceber que o motivo para eu deixar o meu celular sempre ligado era você. E uma possível ligação, uma possível mensagem que sempre fica perdida na possibilidade de poder acontecer, até ter o peso da certeza de que não aconteceu.

Dói? Não muito. De uma certa maneira é uma dor conhecida, então e só tratar e esperar o tempo passar e a dor passar com ele. Embora nunca acredite nessa história que o tempo cura tudo, pois não cura nada, apenas deixa de ser o foco. Arrumo outra coisa para fazer, trabalho bastante, penso no meu tcc, ensaio e pesquiso a dança do ventre por horas a fio, leio muito, escrevo mais ainda... Até me dar conta que o tempo passou, o que dura uma fração de segundos, até cair na real e perceber que, na verdade, se passaram poucos minutos. E que não consigo fazer nada porque não consigo me concentrar.

Penso que controlo o meu pensamento e, consigo por instantes, fico feliz, até o pensamento me lembrar você e ficar rindo da minha ingenuidade de achar que posso com o tal inconsciente. Pior é agüentar o diabinho que fica sobre o meu ombro rindo da minha cara, como se falasse: “Viu boba, de novo! Não vai chorar, né? Tu sabe que a culpa é só tua, quem mandou deixar?” Como num desenho animado, que no fundo nunca anima nada.

Outro dia me falaram que gripe é a doença dos carentes. A gripe seria uma maneira do inconsciente (sempre, ele!) pedir atenção. Estranho, estou gripada há três semanas. E acho que não há remédio e chazinho que vá me curar. Tô quase perdendo o nariz, trocando de pulmão e implorando para o papai do céu um coração novo, imune a paixonites agudas.

Você é tão diferente, que eu não consigo acreditar que às vezes fico triste porque gosto disso. Como não acredito no que estou escrevendo. A possibilidade de você chegar a ler me assusta. Ficaria com vergonha, mesmo sabendo que vergonha dá e passa. Mas a culpa é minha e eu sabia que não devia. Não há espaço e nem possibilidade. Eu, que sempre perco tudo, me perdi.

Não era para acontecer, mas...

3 comments:

Memórias & Recordações said...

Talvez, ele não tenha lido. Ainda...
Mas eu tenho te acompanhado...isso é uma DROGA!
Vicia, uma coisa louca.
Eu leio tudo que me aparece.

Anonymous said...

É como eu sempre digo, não há nada melhor do que se sentir apaixonada... Bom, eu sei que você é uma pessoa super centrada, cheia de metas e determinada a não fugir para além do limite da razão... Mas, sabe como é, né?! Acontece...e, mesmo que doa, faz parte da nossa vida, deixa ela mais saborosa e colorida e faz a gente crescer enquanto ser humano, sabendo que não podemos viver sozinhos, nem controlar os nossos sentimentos. Eles se perdem, fogem do nosso controle, mas não deixam de ser parte de nós. Não tenha vergonha de amar, a entrega é uma forma de auto-conhecimento e faz muito, mas muito bem à alma.
Estou sempre torcendo por você e sei que sua inspiração e sensibilidade tem uma razão especial.
Beijus, Robertinha

Anonymous said...

As paixões são cíclicas, e qual seria a vantagem de sabermos que Aquela paixão vai ser correspondida, que vai ser a que dá certo? O que se deve fazer? Evitar? Nos coibirmos?
Não...acho de devemos apostar enquanto tivermos fichas e controlando o risco, afinal a vida é um jogo, um dia ganhamos e um dia perdemos.
Robin

P.S: Atolar-se em trabalho é o remédio que 11 em cada 10 recorrem numa hora dessas :)