Monday, March 13, 2017

Punta Cana



O mar azul e morno do Caribe fizeram um bem para a minha alma indescritível. Foram sete dias curtindo Punta Cana num resort all inclusive (isso é importante citar porque significa que foram sete dias de bebidas liberadas). Não é ostentação, porque esse modelo de resort é bastante comum fora do Brasil, principalmente na região caribenha. Fui na alta temporada, período que não há furacões lá,o que encareceu um pouco o pacote, que foi pago em seis meses.

Punta Cana fica numa ponta da República Dominicana, onde se encontram o oceano Atlântico e o mar do Caribe. O país é vizinho do Haiti e juntos formam a ilha espanhola, colonizadas por espanhóis e posteriormente, franceses.



O hotel que ficamos é considerado um dos mais simples da região. Há opções com quadras de tênis, golf, saunas temáticas e até shopping. Como nosso objetivo era descansar do 2016 super pesado que tivemos (as amigas que foram comigo são servidoras públicas  - uma é professora municipal e a outra trabalhadora do judiciário estadual), optamos pelo mais básico possível. E outra, não há burrice maior do que pagar por algo que não vamos usar.

A surpresa é que tem muita coisa, muitos passeios para fazer lá. Desde que definimos nossa viagem, falávamos da necessidade de passar um dia na capital, Santo Domingo, para sairmos do mundo a parte dos resorts e sentimos um pouco da realidade.

Fora isso, realizamos mais dois passeios. Acreditem, três passeios é nada perto de tudo que eles tem a oferecer. Não fui ao mergulho com os golfinhos, atração clássica e super concorrida, pois acho que por eles serem seres inconscientes não devem ser usados para diversão dos humanos. Também não fiz nenhuma noite lá, quando viajo acabo dormindo mais cedo que o normal e madrugando, feliz, para aproveitar o dia. E o principal motivo, não estava no clima.

Ilha Saona e Juanillo

A Ilha Saona é o passeio mais popular de lá, Juanillo o mais caro. Ambos são de dia inteiro, em catamarãs com muita bebida e animação (falsa) a bordo. Até o destino final, a Ilha e a praia de Juanillo há paradas estratégicas em alto mar para mergulho e ver estrelas marinhas, a água transparente e morna é um convite. Dificilmente alguém resistia e ficava no catamarã. Nos dois passeios, assim que chegamos ao destino já fomos almoçar, há toda uma estrutura de restaurante nas praias e a comida, é deliciosa.

Em Saona, era buffet, bastante variedade de saladas e frutas, massa, beringela (eles adoram beringelas, colocam em tudo e eu adorei isso), carnes e peixes. Já em Juanillo, a gente escolhia o cardápio antes de partir, havia opção com carne, frango, lagosta e vegetariana, com entrada, prato principal e sobremesa. Além das bebidas, água, refris, cerveja e drinks. Tudo liberado e incluído no valor do passeio. Ressalto que o valor dos passeios que fizemos foram menores do que havíamos pensado e até mesmo pesquisado.



O ruim era comer enlouquecidamente e depois entrar no mar. Ambas as praias são lindas, de um mar azul indescritível, com coqueiros na areia e esteiras nos esperando. Parecia um sonho, rodeado da mais cruel e excludente realidade.

Na Ilha de Saona, fomos para uma praia exclusiva para que comprasse o passeio pela CVC. A praia de Juanillo fica dentro de um condomínio privado, cujo dono é o cantor Julio Iglesias e se sócio, Donald Trump. Estava almoçando quando soube disso, tive que me segurar para não vomitar. "Nos venderam com tudo dentro", me disse um guia ao contar que a grande maioria das praias na República Domicana são privadas. Próximo ao local que estávamos, havia apenas duas praias públicas, onde todos podem ir - inclusive dominicanos.

Por exemplo, nosso hotel ficava na Praia de Bávaro, mas nós não tínhamos acesso a toda a praia, podíamos caminhar, mas sentar e permanecer um dia só na faixa de areia que correspondia ao nosso hotel. Para os trabalhadores dos hotéis curtir a praia depois do expediente, só pagando uma taxa para o hotel, como se fosse uma diária. Conto isso, com o estômago revirado e o coração apertado.

Oyo azul

Depois do dia na praia de Juanillo, fomos para a caverna do olho azul, dentro do Scape Parque. Depois de uns 15 minutos por uma trilha aberta, de nível 1, chegamos ao cenote que tem um lago dentro. A água é de diversos tons de azul, lindíssimo. Mas tão gelada, que só de eu colocar o pé na água, pensei que o sangue pudesse coagular... 



Exageros a parte, o lugar é lindo, mas não me animei a mergulhar por causa da temperatura da água. Esses cenotes são comuns em toda o país.

Santo Domingo

A ida para a capital é cansativa, cerca de 2h30 de ônibus e ficamos majoritariamente na área colonial. O que válido, pois tivemos tempo de ir no museu do Cristóvão Colombo, lindo por sinal. E ruim, pois não conhecemos a cidade, de fato. Fomos também na primeira catedral da América Latina, um dos momentos mais divertidos do passeios, pois lá nesta igreja é proibido entrar com roupas curtas ou regatas. Então foi um festival de caras feias (inclusive a minha) e pessoas enroladas em tecidos que os próprios guias distribuíram. Ah, lá é inverno agora, mas a temperatura mais baixa que pegamos foi 20 graus. Neste dia que fomos a Santo Domingo, estava um calor infernal.



Toda a estrutura do passeio deu um show em outros passeios que fiz em diversos países que já fui. Eu adoro museus, mas muitas vezes, quando não falamos a língua, se torna um saco e cansativo, o que não aconteceu lá em Santo Domingo.

A nossa ida à capital aconteceu no penúltimo dia da viagem e encerramos com chave de ouro. Parte da cidade é costeada pelo mar do Caribe, achei lindo. No caminho de volta, fomos acompanhados por esse mar, praticamente o tempo todo.

Muita gente me criticou por eu ir numa viagem “ostentação”, confesso que não entendi o porquê das críticas. Eu curto viajar e qualquer lugar é válido. Tive experiências únicas em Punta Cana, refleti muito sobre o meu estado interno que não era tão bonito quanto o daquele lugar e sobre as desigualdades que nos rodeiam.


Sem dúvida, é um lugar que eu voltaria, gostaria de ter condições de levar meus pais lá. E principalmente, acho que seria legal voltar num momento que estivesse me sentido melhor e de fato, merecedora de tudo aquilo que o universo me dava.

Sunday, March 05, 2017

Viajar

Sempre soube que seria um ser viajante. Desde criança, meus sonhos eram direcionados para ver o mundo mais do que qualquer outra coisa. Passei pelo óbvio ao considerar fazer turismo ou ser comissária de bordo, coisas que não se concretizaram – ainda bem. Há uma grande diferença entre viajar e trabalhar com viagens.

Já tive a oportunidade de conhecer alguns lugares na Europa, na América Latina e no Brasil, infelizmente, conheço pouco do nosso Rio Grande do Sul. E aprendi algumas coisas, principalmente em relação ao tempo ou a percepção dele quando viajamos. E o mais importante, que a nossa entrega a curtir a viagem está diretamente ligada com a nossa energia.

Aproveitei viagens de quatro dias para um lugar próximo muito mais que dois meses na Europa, pelo simples – e difícil – fato de estar feliz, satisfeita e em paz com o momento que estava atravessando.                                             

Recentemente, no mês de fevereiro fiz duas viagens totalmente diferentes entre si. Uma para Punta Cana, na República Dominicana. Foram sete dias com duas amigas num resort all inclusive, em um dos destinos mais procurados do Caribe. A outra, um feriadão de carnaval no interior do Rio Grande do Sul, em Nova Roma do Sul, onde me hospedei dentro de um parque de aventuras.

É sobre essas duas experiências que pretendo escrever. Não se trata de qual curti mais, foram realidades completamente diferentes. Consigo pontuar apenas três aspectos em comum e totalmente pessoais: o fato de eu não estar num momento feliz e satisfeita, o contato com a natureza e o aprendizado que esses dois locais me trouxeram.


Vamos embarcar?