Monday, March 07, 2016

Oficinas literárias

Por muito tempo que achava que fazer uma oficina literária era podar a criatividade, doutrinar vocação ou coisa que o valha. Porém, tem tempo que faço dança e perdi a conta de quantos cursos e workshops fiz nestes anos todos e isso nunca me podou em nada, pelo contrário, percebi o quanto a técnica é importante para ajudar o talento, mesmo a dança não ter sido algo inato, como é a escrita para mim.

Refletir sobre isso, considerando os relatos de amigos que já haviam participado de oficinas, junto com a crise existencial que eu passava. O ano de 2014 foi de mudanças e se por um lado, estava trabalhando muito e consequentemente escrevendo bastante, essa produção não era para o blog ou coisas pessoas, nem no meu diário conseguia escrever. Estava em crise por não conseguir produzir nada além de notícias e a vida cobrou a conta.

Então, durante o ano passado, fiz a oficina de Criação Literária do SindBancários, ministrada pelo escritor Alcy Cheuíche, que resoltou na obra “Nos caminhos da imprensa Rio-Grandense e Brasileira”. O livro, que também tem versão em espanhol, reúne contos de 30 oficinandos, abordando episódios marcantes na história do jornalismo e da mídia no estado e no país.

E aprendi muito. Percebi que ainda sei escrever algo que não seja notícia. Fora as inúmeras dicas que não tiram o estilo de ninguém, mas colaboram para melhorar o texto e o processo criativo. Alias, muito exercitamos a criatividade através de exercícios simples que nos lembravam a todo instante que tudo rende uma boa história. 

Porém mais importante do que aprendi foram as pessoas com as quais convivi neste período, as nossas trocas e experiências com aulas regadas a vinho, risadas e muita literatura, me agregaram muito. Com eles também vieram os evento, saraus, debates literários, sessões de autógrafos passaram a fazer parte da rotina. E claro, que os contatos ampliaram consideravelmente, o que é ótimo para quem quer fazer arte.

Durante o verão fiz uma oficina de Literatura e Psicanálise, ministrada pela psicanalista Ariane Severo (companheira do Alcy), no Contemporâneo (Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade). Foram oito encontro onde pudemos exercitar uma temática mais livre e subjetiva.

Este mês, começo minha terceira oficina literária. Também de Literatura e Psicanálise com a orientação da Ariane Severo, porém está é de dois anos, onde vamos trabalhar os aspectos psicológicos das personagens, importância dos cenários e fluxos de consciência. Ano que vem, os contos produzidos serão compilados em um livro.


Não tenho dúvida que será uma baita experiência. E ao invés disso me podar, estou cada vez mais inspirada e segura para escrever. Ainda bem que me permiti pagar para ver, porque entendi a importância de adubar a terra para as sementes.

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