Por muito tempo que achava que fazer uma oficina literária
era podar a criatividade, doutrinar vocação ou coisa que o valha. Porém, tem
tempo que faço dança e perdi a conta de quantos cursos e workshops fiz nestes
anos todos e isso nunca me podou em nada, pelo contrário, percebi o quanto a
técnica é importante para ajudar o talento, mesmo a dança não ter sido algo
inato, como é a escrita para mim.
Refletir sobre isso, considerando os relatos de amigos que já
haviam participado de oficinas, junto com a crise existencial que eu passava. O
ano de 2014 foi de mudanças e se por um lado, estava trabalhando muito e
consequentemente escrevendo bastante, essa produção não era para o blog ou
coisas pessoas, nem no meu diário conseguia escrever. Estava em crise por não
conseguir produzir nada além de notícias e a vida cobrou a conta.
Então, durante o ano passado, fiz a oficina de Criação
Literária do SindBancários, ministrada pelo escritor Alcy Cheuíche, que
resoltou na obra “Nos caminhos da imprensa Rio-Grandense e Brasileira”. O
livro, que também tem versão em espanhol, reúne contos de 30 oficinandos,
abordando episódios marcantes na história do jornalismo e da mídia no estado e
no país.
E aprendi muito. Percebi que ainda sei escrever algo que não
seja notícia. Fora as inúmeras dicas que não tiram o estilo de ninguém, mas
colaboram para melhorar o texto e o processo criativo. Alias, muito exercitamos
a criatividade através de exercícios simples que nos lembravam a todo instante
que tudo rende uma boa história.
Porém mais importante do que aprendi foram as pessoas com as
quais convivi neste período, as nossas trocas e experiências com aulas regadas
a vinho, risadas e muita literatura, me agregaram muito. Com eles também vieram
os evento, saraus, debates literários, sessões de autógrafos passaram a fazer
parte da rotina. E claro, que os contatos ampliaram consideravelmente, o que é
ótimo para quem quer fazer arte.
Durante o verão fiz uma oficina de Literatura e Psicanálise,
ministrada pela psicanalista Ariane Severo (companheira do Alcy), no Contemporâneo
(Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade). Foram oito encontro onde
pudemos exercitar uma temática mais livre e subjetiva.
Este mês, começo minha terceira oficina literária. Também de
Literatura e Psicanálise com a orientação da Ariane Severo, porém está é de
dois anos, onde vamos trabalhar os aspectos psicológicos das personagens,
importância dos cenários e fluxos de consciência. Ano que vem, os contos
produzidos serão compilados em um livro.
Não tenho dúvida que será uma baita experiência. E ao invés
disso me podar, estou cada vez mais inspirada e segura para escrever. Ainda bem
que me permiti pagar para ver, porque entendi a importância de adubar a terra
para as sementes.
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