Sempre gostei de histórias e sempre fui silenciosa. Minha
relação com a palavra é intensa. Das lembranças da infância, as sessões com fonoaudiólogos
que me acompanharam por anos, são bastante nítidas. As palavras me assustavam.
Falar era difícil, complicado e trabalhoso. Um dos piores exercícios era ler algo
em voz alta. Porém, desde quando aprendi a escrever perdi o medo. Colocadas no
papel, as palavras me libertavam.
Essa foi minha primeira oficina literária, depois de várias
indicações de amigos que já haviam
passado pela experiência. Encontrei colegas, conheci muita gente bacana
e ainda não sei dimensionar tudo o que aprendi. Já no primeiro dia de aula,
percebi que seria um grande desafio escrever com tantos colegas escritores
bons. Não sabia que em toda aula teria que ler em voz alta os meus contos.
Ainda bem que a palavra que assusta, também liberta.
***Apresentação feita para o livro "Nos caminhos da imprensa
Rio-Grandense e Brasileira", do qual sou coautora. A obra é fruto da oficina de
criação literária Alcy Cheuiche.
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