“Todo gato é um pequeno leão”
Quando eu era criança, uma gata já adulta apareceu lá em casa e foi
ficando, demos o nome de Xuxa e aconteceu de tudo com ela. Não tinha dentes por
causa de uma pedrada, se metia em brigas, sumia por dias, foi atropelada...
Enfim, usou e abusou das suas setes vidas até morrer definitivamente. E essa
foi minha única experiência com felinos. Até agora.
Sempre preferi cachorros, pois são mais solar, brincalhões e
engraçados... Mas de um tempo para cá passei a considerar a ideia de ter um
gato e isso amadureceu. Feitas todas as considerações em relações à cachorra
Saira, decidi que tinha que ser um gato, macho e todo preto, já tinha até nome:
Monet.
Foram alguns meses de procura, até que a gata Meg da amiga
Graciela pariu meu futuro pet. Logo veio a informação: é fêmea. Depois de muito
pensar num nome, escolhi Gaya. Junção de Gaia, pelo significado, e com Y por
causa do Goya (queria nome de algum pensador, artista, político que goste). E
principalmente pela sonoridade: gata Gaya! Lindo. Comprei brinquedos, cama,
ração, areia, erva do gato... Tudo pronto para a mítica gata Gaya.
Primeira impressão
Quando ela tava com 50 dias, aproveitei um sábado e “viajei” até a
zona sul de Porto Alegre para me tornar dona de gato. Nos primeiros minutos da
nossa relação, ela conseguiu escapar e se esconder embaixo do banco do carro,
miava loucamente. Em plena avenida Wenceslau Escobar, eu estava de bunda pra
cima, com o carro mal estacionado, tentando resgatar o bichano.
Nos dois primeiros dias de casa e família nova, ela desbravou
lugares nunca antes habitados, como qualquer fresta entre os móveis que ela
encontrou pelo caminho. Arrisco que a única que conhece todos os cantos da casa
é a gata Gaya.
Logo as pessoas começaram a comentar que a gata deveria ser mansa
e calma, não elétrica, curiosa, brava e agitada como eu relatava. Sim, ela não
para quieta.
Galileu
Com duas semanas de convivência veio uma descoberta e a explicação
para o bicho ser tão ativo, a gata Gaya é na verdade, um macho. Depois da
surpresa, de ter essa confirmação de três pessoas diferentes e das fotos de
genitália de gato/gata que procurei no Google-sabe-tudo, recolhi meus butiás do
bolso e dei muita risada.
A essa altura, sabia que aquele ser não podia ser Monet, não
combinava. Pensei em Goya, mas só Goya também não combinava. Gata Gaya era tão
sonoro! Até que alguém em casa falou: Galileu, já que ele é doido como o
Galileu Galilei. Pronto, a Gaya virou Galileu.
Hoje, faz um mês que temos um gatinho em casa e ainda bem, ele e a
Saira convivem de maneira bastante harmoniosa entre mordidas, corridas e
brincadeiras. Já tivemos muitas DRs devido o seu comportamento temperamental e
hiperatividade. Também já me acostumei com o seu ronronar e com peso em cima
das minhas cobertas. E principalmente, percebi que gatos não são domesticáveis.
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