Saturday, April 07, 2012

Dia do jornalista



"O jornalismo é a mais emocionante e divertida profissão que eu conheço"- Millôr Fernandes

Dizem que 7 de abril é Dia Nacional dos Jornalistas. Dizem, porque como imparcialidade não existe, há muitas versões desse fato por aí e tem outras datas que também são consideradas dia dos jornalistas.

A ideia de ser jornalista sempre rondou minha cabeça, desde criança, mas foi só pelos 15 anos que me rendi, antes pensava que era tímida demais para isso. Hoje, se tivesse 16 anos e fosse prestar vestibular novamente, não teria dúvida nenhuma e muito menos, medo de timidez.

Outro dia ouvi de uma amiga jornalista, que trabalha há 20 anos como produtora numa televisão, que o filho dela cresceu sem entender porque ela não aparecia na TV. Típico. Na minha festa de formatura, um primo de uns cinco anos, veio me perguntar se agora eu iria ficar famosa.

Falando nisso, me formei cedo, com 22 anos e naquela época o diploma ainda tinha valor, o twitter não era fonte de informação e eu não sabia da existência do Gilmar Mendes. E apesar de estar saindo da faculdade com emprego, estava aterrorizada com as previsões que ouvi durante todo o curso: “não há mercado para jornalista!”

Eu trabalho pra caramba, não posso reclamar do tal mercado, mas sei também que é uma mistura de competência, sorte e tesão. Sem tesão não há solução, já dizia o poeta. Me divirto muito fazendo o que faço e observando exemplares da mesma espécie.

Não tem nada mais engraçado do que ver aquele bando de jornalistas, amontoados, com blocos, canetas, máquinas, gravadores e câmeras a postos esperando a hora de voarmos em cima da presa. Porque somos urubus, segundo boa parte da sociedade.

Outra clássica acontece neste momento de amontoamento jornalístico, sempre tem um que grita: “vou ter um orgasmo com essa credencial no pescoço!” E quando participamos de congressos e seminários e encontramos os colegas que só encontramos em alguma cobertura ou só falamos por telefone, quando precisamos de informação.

Sensação boa é conhecer aquele colega que a gente só conhece por texto, é fazer uma baita entrevista com aquela fonte tri difícil, encontrar aquela credencial cheia de anotações no verso, é ver que aquela notícia repercutiu e ajudou alguém...

Há coisas boas e más, como em qualquer outra. Há plantões, muitas horas extras, litros de café, diagramações até a madrugada, fontes inesquecíveis, dead lines absurdos, editores e assessorados egocêntricos, horários malucos (tem dias que almoço às 11h, noutros, às 15h).

Apesar de tudo isso, parabéns pra quem assim como eu, é um ser apaixonado por esta profissão e sonha com o dia que teremos a melhor notícia do mundo: nosso registro voltou a ter valor. Faço o tipo: jornalista idealista.

Renata Machado, jornalista (MTb.: 14.046)

3 comments:

Anonymous said...

Esqueceu de falar em ter que subir em caminhão pra tirar foto de vestido e salto alto. Bjo e parabéns pra gente! Ana

renata machado said...

Ah mas a gente sabe manter a posse, hehehe

Juliana Borges de Almeida said...

Parabéns amiga, és uma excelente profissional.