Tenho tentado ao máximo não escrever sobre você, para você, sobre o que sinto por você. Mas chega uma hora que eu transbordo e não sai uma linha sequer sobre outro assunto qualquer. É chegada a hora de vomitar, quem mandou ficar me entupindo de você. Mas não se preocupe, é melhor dar vazão agora do que explodir no limite.
Vai por mim, está tudo controlado, a fase da overdose já passou e eu sobrevivi.
Restou uma pessoa mais madura e tolerante, mas não menos ansiosa e insegura. E a consciência disso, prova que isso também está longe de ser uma recaída. É só um transbordar de você, mas dessa vez é bom, eu que não estou acostumada com essa liberdade toda.
O problema é esse estado intermediário, esse período de transição que talvez não chegue a lugar algum e isto me agonia. Eu não gosto de meios termos, de mais ou menos, de meias verdades...
Eu quero o que é ou o que não é, mas com toda a certeza do ser. E essa história está cheia de metades.
Por isso eu ainda não posso ser inteira e é tão, mas tão difícil me podar. Me limitar a ser mulher, quando sou a forma da fêmea que deve te alimentar e o sentimento da ser humana que deve provocar sensações na sua vida.
Então eu preciso transbordar, às vezes.
Mas como disse, tá sendo bom, parece até que dá pra gozar no final.
Thursday, September 27, 2012
Sunday, September 23, 2012
@.kao
Faz 15 dias que a Arroba morreu e só agora eu consigo falar sobre isso sem chorar. Minha pequena era vira-lata, mas era a vira-lata mais linda do mundo. Ela era a minha Capitu, porque parecia dissimulada, não se mostrou de cara, tanto que a chamei de Arroba, a Capitu, Capitulina e no fim da vida, Capitulinda, veio depois, acho que uns dois anos depois, observando a maneira como ela gostava de espiar as coisas, ela nunca se mostrava, estava sempre atrás de uma parede, uma planta, uma cadeira...
Alguém me disse nesses dias, que luto por causa de bicho de estimação é igual ao de parente (só imagino que seja de parente que a gente gosta, porque isso não especificaram...). Mas deve ser mesmo, é difícil encontrar alguma lembrança nos últimos 12 anos que ela não esteve presente. Quando descia do ônibus às 23hh30, chegando da Unisinos, já ouvia os latidos dela. Cansei de escrever até de madrugada com a Arroba nos meus pés. Cansei de chorar na frente dela também. Desde filhote, quando eu acordava ia na janela mexer com ela, sempre. Nas raras vezes que isso não aconteceu, eu era repreendida pelo choro mais chantagista do mundo.
Ela não foi uma cachorra que andava de carro com a cara na janela, sempre ficava quietinha deitada nos pés do caroneiro, o mundo externo parecia não interessar. Adorava comer bergamota e melancia. Doida, ela ficava no natal e réveillon, por causa dos foguetes, a Arroba se enfiava embaixo da primeira cama que visse e para sair de lá, mobilizava todos que estivem na casa. Sempre que eu falo nela, a mãe diz que eu não tenho que ficar triste porque ela foi muito feliz.
Mas como se mede a felicidade de cão? Pelas plantas que ela derrubou? Pelos sapatos que destruiu? Às vezes, levávamos a Arroba para a praia, porém ela só viu o mar uma vez, foram alguns minutos eufórica, correndo atrás das aves, fugindo das ondas e cavando na areia. Quando parou começou a beber a água do mar. Bebeu tanto que se intoxicou e acabamos todos numa clínica veterinária de Mariluz. Acho que a Arroba só não era feliz quando voltava do pet shop, porque ela ficava estática, era engraçado, ela que não parava quieta, virava estátua e demorava para se soltar, desconfiava até da casa onde morava.
A última vez que a vi, estava tão magra que era possível contar os ossos da costela e não tinha forças nem para levantar, a única coisa que era igual, eram os olhos de Capitu.
Alguém me disse nesses dias, que luto por causa de bicho de estimação é igual ao de parente (só imagino que seja de parente que a gente gosta, porque isso não especificaram...). Mas deve ser mesmo, é difícil encontrar alguma lembrança nos últimos 12 anos que ela não esteve presente. Quando descia do ônibus às 23hh30, chegando da Unisinos, já ouvia os latidos dela. Cansei de escrever até de madrugada com a Arroba nos meus pés. Cansei de chorar na frente dela também. Desde filhote, quando eu acordava ia na janela mexer com ela, sempre. Nas raras vezes que isso não aconteceu, eu era repreendida pelo choro mais chantagista do mundo.
Ela não foi uma cachorra que andava de carro com a cara na janela, sempre ficava quietinha deitada nos pés do caroneiro, o mundo externo parecia não interessar. Adorava comer bergamota e melancia. Doida, ela ficava no natal e réveillon, por causa dos foguetes, a Arroba se enfiava embaixo da primeira cama que visse e para sair de lá, mobilizava todos que estivem na casa. Sempre que eu falo nela, a mãe diz que eu não tenho que ficar triste porque ela foi muito feliz.
Mas como se mede a felicidade de cão? Pelas plantas que ela derrubou? Pelos sapatos que destruiu? Às vezes, levávamos a Arroba para a praia, porém ela só viu o mar uma vez, foram alguns minutos eufórica, correndo atrás das aves, fugindo das ondas e cavando na areia. Quando parou começou a beber a água do mar. Bebeu tanto que se intoxicou e acabamos todos numa clínica veterinária de Mariluz. Acho que a Arroba só não era feliz quando voltava do pet shop, porque ela ficava estática, era engraçado, ela que não parava quieta, virava estátua e demorava para se soltar, desconfiava até da casa onde morava.
A última vez que a vi, estava tão magra que era possível contar os ossos da costela e não tinha forças nem para levantar, a única coisa que era igual, eram os olhos de Capitu.
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