Tuesday, July 31, 2007

Meus nomes

Nunca gostei dessa história de ter nome composto!

Pô, Renata Valquíria!!!!!!!!! É muito ruim...

Mas sente os significados:

Renata: renascida (até que tem haver...)

E num momento-nada-para-fazer-vadiando-na-internet eis que descubro:

Valquíria: guerreira de extrema beleza!

Hahahahaha, sério!

Saturday, July 28, 2007

Por agora, fugi do divã!

O telefone tocou às 7h40 de uma quinta-feira que eu não iria trabalhar, portanto ficaria na cama a manhã toda! Até o celular, que estava carregando a bateria na tomada mais distante da minha cama, me tirar do glorioso e fantástico mundo dos sonhos. Eu levanto com frio, morrendo de frio na verdade, e me odiando por ter deixado esse supérfluo indispensável ligado!

Eis que ouço a voz fofa da minha EX-psicóloga (por que será que toda pessoa gorda tem a voz fofa?) me perguntando se eu me dei alta?

Às 7h40 de uma manhã gelada, eu, que sou louca o suficiente pra dormir só de calcinha até com temperaturas abaixo de zero, procuro algo para tocar na parede e numa fração de segundos lembro o destino das webcams que já tive e de muitos porta-retratos. Então, respiro fundo e respondo calmamente que sim, me dei alta! Me fazer de louca pra uma psicóloga, seria burrice!

Eu estou mais calma, não lembro qual foi a última vez que chorei sem motivo, não quebro mais as coisas cada vez que fico irritada, estou tentando ser uma pessoa mais doce e simpática com todos. Você falou tanto que eu sou anti-social que estou quase acreditando.

Sei que é feio reclamar da vida e é quase um pecado não ser feliz. Eu sei que quando cheguei até você, pensava que me matar era uma excelente saída. Mas eu mudei! Hoje eu acho que a melhor, e única, saída para tudo é cair um meteoro e matar todos de uma vez, inclusive as baratas! Veja só, deixei até de ser individualista! Pensando bem... Deixa as baratas, ter que fugir delas no além também, não dá, como eu descansaria em paz?

Confesso que continuo odiando certas convenções, ainda não superei a preguiça que tenho pra pegar um carro e encarar essa selva de quatro rodas que é o trânsito, o medo imenso que eu tenho de me apaixonar, seja por um príncipe encantado, um sapo ou rapaz de carne e osso só aumentou, escrevo, escrevo e escrevo vorazmente e acho que só produzo lixo, minhas dúvidas em relação às religiões também são as mesmas e minha impressão que fazer análise é super legal, principalmente para quem é metido a intelectualóide e acha que tem um certo charme na tristeza, ainda é esta.

Por que me dei alta? Ah, abandonar a terapia é ainda mais legal que fazer, mais cult! Tira férias de mim e das minhas neuras. Um dia eu volto, carregando toda a tristeza, toda a solidão e a angústia que uma moça que não tem nenhum motivo pra reclamar da vida, pode ter.

Claro que depois de dois anos cuidando da mente, já sei falar o que uma psicóloga quer ouvi. Portanto não falei nada disso, apenas expliquei gentilmente e calmamente que resolvi andar por conta própria. Minha EX-psicóloga me deu parabéns e me desejou sorte e eu, até fingi uma certa emoção.

Depois que a Doutora desligou voltei para a cama tendo a certeza que o mundo me odeia, por me fazer ter calma, pensar e ainda interpretar às 7h40, numa temperatura de 4º C, com sono e só de calcinha... Não, não sou neurótica, mas querem prova maior que o mundo me odeia? Que esse meteoro caia de uma vez!

Sunday, July 22, 2007

Você não gosta das minhas tatuagens...

Mas fez questão de frisar: “É a ÚNICA coisa que eu não gosto em você. É que você é tão delicada que não combina, sabe?” Eu fiquei quieta, na verdade, não importa se você gosta ou não das minhas tatuagens. Meu pai também não gosta e isso nunca me importou. E eu gosto muito mais do meu pai do que de você.

A graça toda é você afirmar que algumas cores no meu corpo é a ÚNICA coisa que não gosta. Tenho certeza que essa é apenas uma das coisas que você não gosta em mim, mas talvez a ÚNICA que tenha coragem de falar.

Vamos lá: o meu silêncio te irrita, minha sinceridade e meu senso de humor então... Quando pergunto com a maior calma, e ironia, do mundo: “Tua namorada sabe que você está comigo? Por que você não fala? Não rola sinceridade entre vocês?” Sei que deixo você p... da cara, mas é pura preocupação, juro!

A maneira como me exponho quando escrevo, não te agrada. Você não entende como posso ser vegetariana, espírita e às vezes duvidar de Deus. E verbalizar todas essas minhas dúvidas que chocam teu moralismo católico. Ah, tu sabe que eu fui expulsa até da catequese. Ainda bem, porque sempre pensei que religião tem que nos libertar e não aprisionar. As propostas pedagógicas das escolas, eu nunca me adaptei, trabalhar 8h por dia, bater cartão, como se produtividade tivesse hora, tô fora.

Você me acha criança e irresponsável. Eu quero viver, só isso. Não vejo problema em pedir demissão pra ir curtir o verão, eu faço isso porque sei que emprego a gente arruma outro, e muito melhor. Não tenho medo de arriscar. E isso te assusta.

Tudo em mim te incomoda! As músicas barulhentas que eu escuto, os livros sem-vergonha que gosto de ler, minha mania de dormir tarde e de trocar qualquer refeição por um monte de chocolate. Você gosta que eu dance, né? Mas não para os outros, afinal dança do ventre é muito sensual pra dançar em cima de um palco, agora, dentro de quatro paredes, tudo bem. Só que eu adoro um palco e mais, amo os aplausos e a reação que a dança provoca nas pessoas!

Como uma drogada em fase de recuperação, ainda tenho algumas recaídas. Fico com você, mesmo sabendo da tua namorada, do teu moralismo que nunca vai permitir que você goste de uma maluca que entra em roda em punk e que você não gosta das minhas tatuagens. Só delas.

Eu respiro fundo, faço cara de boa moça e finjo que acredito. Depois eu encaro o vazio que fica e dou risada. Mesmo você achando que a minha gargalhada é espalhafatosa demais.

Sunday, July 08, 2007

À espera do carteiro



"A cada abertura da caixa de Correios, um sorriso. Como era bom sempre ter alguém que tirou um tempo para lhe escrever. Cartas se tornaram raras, sentimentos bons em alguns corações, não. Apesar das cobranças representarem a maior parte das entregas, carteiros continuam, diariamente, levando correspondências pessoais para algumas residências. Há, ainda, quem sinta prazer em escrever a próprio punho, remeter um cartão postal da cidade, enfim, levar suas energias através de um papel. Os motivos são variados, mas, em quase 100% dos casos, positivos. O remetente, o destinatário, o carteiro. Todos têm histórias para contar..."

Show o lançamento do documentário "Á espera do carteiro", dia 06 de junho no mini-auditório Érico Veríssimo, na Unisinos.

Nossas fontes, Elô, Daniel e o carteiro Oriovaldo estiveram presente.
Foi muito bom ver o resultado de meses de trabalho e planejamento. Produzir um documentário é mágico, nos sentimos "fadas madrinhas", pois transformamos em imagens coisas que imaginamos. É incrível ver nossas idéias tomando formas!

Até que enfim nosso carteiro chegou e trouxe um belo documentário!

A foto foi tirada no dia 19 de maio em Santo Antônio da Patrulha, depois das gravações na casa do Daniel Vila Verde. Estávamos saindo da Casa da Colônia, onde passamos para fazer as devidas compras: rapaduras, sonhos, cachaças, pães, mel...

A incrível equipe
Roteiro: Aline Ebert
Imagens: Pedro Farias
Assistente: Lucas Barroso
Montagem: Edi Silva
Finalização: Edi Silva e Thiago Silva
Produção: Ana Paula Santos, Guilherme Ferreira, Renata Machado e Rogério Tons
Decupagem: Tobias Jung
Direção e Edição de imagens: Aline Ebert e Ernani Luis Kunst
Trilha Sonora: Camila Mazzini e Fábio Sidrack
Supervisão técnica: Edison Steffanello
Supervisão geral: Profª Luiza Carravetta
Motoristas: Fábio Oliveira da Silva e Sérgio Luiz Luz


Trilha pesquisada:

Maracanã - Luisa Mandou um Beijo
E.C.T - Nando Reis
Mande nem que seja um telegrama - Odair José
Post-modern democracy - Juicemen
Escreva logo - Renato e seus Blue Caps

Um abraço e um agradecimento especial para a professora Luiza Carravetta, que sabe ser humana, no sentido mais literal que essa palavra possa ter!

Thursday, July 05, 2007

O convite



Dia 06 de junho de 2007 (amanhã) é o lançamento do documentário "À espera do carteiro"!!!!!!!!!!!

Todos muitos ansiosos, mas imensamente felizes, depois de meses temos o resultado de tanta dedicação!

Depois eu conto como foi a chegade desse carteiro!

Sunday, July 01, 2007

Seres, mas não humanos!

Mesmo sendo jornalista e escrevendo sobre fatos desprezíveis todos os dias, nunca fiz dos meus blogs um muro de lamentação. Se na minha profissão tenho que ser exata, imparcial e concisa; aqui, tenho apenas que ser e sou livre, subjetiva, escrevo coisas sem nenhuma relevância para os outros. Os fatos, as notícias diárias eu deixo nas redações. Aqui eu deixo meus devaneios. Crio um outro mundo porque não gosto desse que vejo por aí!

Mas devido aos últimos acontecimentos, não dá. Vou misturar a realidade podre que vivemos e o meu mosaico de reflexos. Não como jornalista, mas como cidadã que se indigna com o que lê nos jornais (embora tenha aprendido que notícia ruim vende mais!)Até nós, os urubus da imprensa, nos decepcionamos com o que somos obrigados a informar.

Na madrugada de sábado, dia 23 de junho, a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto, 32 anos, foi brutalmente agredida por cinco jovens, de classe média alta, num ponto de ônibus do Rio de Janeiro!!!!!!!!!!!!!!!

Na segunda-feira, dia 25, o muro de um bar na Avenida João Pessoa, em frente à Faculdade de Direito da universidade, em Porto Alegre, foi pichado com a frase “Negro só se for na Cozinha do R.U., cotas não!". No mesmo local, foi pintada uma cruz suástica, símbolo do nazismo. Já na Rua Sarmento Leite, uma calçada foi pintada com a frase "Voltem para a Senzala". Tudo porque a entidade estava discutindo a implantação de cotas sociais no processo seletivo!!!!!!!!!!

Após a final da Libertadores da América, entre Grêmio e Boca Juniors, o colorado Emersom Luis Marques Goulart, de 31 anos, foi espancado por um grupo de pessoas que assistiam à partida num bar no centro de Dom Pedrito, no RS!!!!!!!!!!!!!!!!!

Há duas semanas, uma audiência judicial foi suspensa no Paraná por um motivo inusitado. O juiz Bento Luiz de Azambuja Moreira, da 3.a Vara do Trabalho de Cascavel, suspendeu a audiência porque o trabalhador rural Joanir Pereira calçava chinelos, único calçado que possuía!!!!!!!!!!!!!!


Como todo mundo, fiquei indignada com essas notícias. O que leva cinco jovens a espancarem alguém? Por que o preconceito ainda existe em lugares que deveriam ser moradas para a liberdade e igualdade? Matar um torcedor do time rival, pra quê? O que determina que um sapato é melhor que um chinelo?

Infelizmente, não sei as respostas, talvez ninguém saiba. Sei que isso me revolta e me indigna. Que mundo é esse que nos mesmos criamos, que banalizamos tudo? Não questionamos nada porque tudo acaba em pizza mesmo. Aceitamos e aceitamos, nem pensamos porque temos coisas mais importantes para pensar... Afinal, por que o namoro do Alemão e da Siri acabou?

Herbert Marcuse estava certo quando afirmava que somos apenas homens unidimensionais e justamente por isso não ampliamos nossas dimensões! Quando nos deparamos com comportamentos tão medíocres como esses sentimos vergonha, é difícil encarar o lixo que nos tornamos. Sim, todos nós, farinha do mesmo saco, seres humanos que há muito desconhecem o significado da palavra humano!