“Quem é feliz não escreve”, foi essa afirmação que eu ouvi do escritor e médico Moacir Scliar no programa de TV, Café TVCOM, no qual ele participava como convidado. Na hora me perguntei: “Será?” Pois além, de gostar de escrever, não foi a primeira vez que ouvi afirmações desse tipo.
Enquanto eu pensava com meus botões, a discussão no programa continuava, David Coimbra afirmou que todo escritor deve ser um grande insatisfeito, pois se tudo fosse bom, não teriam motivos para escrever, que é um ato solitário e muitas vezes sofrido.
Em uma entrevista, a Lya Luft declarou que todo escritor tem um grande buraco na alma e só escreve, porque esse buraco existe. Fernanda Young já disse que é escreitora porque acha sua vida uma merda e assim, se distrai. Tati Bernardi, volta e meia, diz em suas crônicas que só escreve porque não presta para fazer outra coisa.
Concordo que escrever é um hábito dos mais introspectivos e confesso, quando estou triste, escrever é um ótimo remédio! É, literalmente, uma oportunidade de por para fora tudo que me incomoda ou que não consigo falar, por covardia, falta de oportunidade ou por me achar melhor escrevendo do que falando.
Eu e meus botões não chegamos a muitas conclusões, mas acredito que o fato de eu fazer análise e tomar antidepressivo é apenas um mero detalhe... Pois, justamente, por gostar de escrever que não espero a tristeza vim me fazer companhia para me exercitar, até porque momentos engraçados geram histórias cômicas e cenas bizarras.
Independente de estado de espírito, escrever é um exercício e como qualquer outro, exige disciplina! Se para eternizar ou criar pessoas e histórias é necessário ter alguns parafusos a menos ou milhares de interrogações na cabeça, podem me internar. Mas por favor, me dêem papel e caneta!